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sexta-feira, 14 de abril de 2017

REGRESSO AO PASSADO

Tudo parece maior quando somos pequenos. A porta da rua, a velha escadaria em madeira carunchosa, os patamares, até o Largo agora parece ter encolhido ao longo dos anos.
As flores (amarelas por sinal) são as mesmas, crescem por entre as pedras que atapetam o Largo. Na mesma rua por onde se descortina o Rio, sobem ronronando as camionetas que representam terras situadas na outra margem. Tudo permanece igual embora, nem todos saibam, é preciso fechar os olhos.
Por breves momentos, reporto-me à minha longínqua infância e procuro um passado que está de todo morto. Ninguém percebeu, era essa a ideia, a procura incessante da casa onde passei a maior parte da infância.
Permanecia ali parado junto ao funicular que me transportou desde lá em baixo, amparado por aquelas pedras que não falavam com linguagem de gente, mas que tinham tanto para contar…
Mesmo ao lado, lá estavam as escadas cujos degraus graníticos tão bem conhecia! Nada, nessa altura, prendia a minha atenção, nem a fachada das casas, a igreja ali implantada, nada. Apenas a fuga inconsequente do agente da polícia.
Tantas vezes percorri aquelas escadas sem olhar para trás, saltando alguns degraus, com o fôlego que me restava!
De repente, como num espelho reflectido, vejo-me tal e qual como sou. Comparando com esse passado, fico a pensar: Quem me viu e quem me vê”.

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