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segunda-feira, 25 de julho de 2016

ONDE MORAM OS FANTASMAS?

Virginia Woolf 
Virginia Woolf, no início da sua carreira de escritora começou por escrever pequenos textos jornalísticos vindo a tornar-se uma das mais proeminentes escritoras do modernismo. Numa das suas múltiplas palestras, Virgínia contou que quando escrevia um texto, a sombra de um anjo soprava-lhe ao ouvido os padrões que ela deveria seguir para que os seus textos tivessem sucesso.  De tal modo a atormentou que preferiu matá-lo, e só assim conseguiu ser mais autentica na sua escrita.
Evidentemente, Virgínia Woolf não matou ninguém nem nunca existiu o tal anjo. Usou apenas essa figura de retórica numa alusão aos seus próprios fantasmas.
É na infância e por vezes mais tarde, durante a adolescência que travámos conhecimento com alguns dos nossos fantasmas. Os anos passam, a vida dá voltas e chegamos a pensar que eles nunca existiram, por isso mesmo é que são fantasmas… Mas alguns ficaram lá se bem que não saiba concretamente onde fica esse “lá”. Um dia, sem que nada o faça prever, eles acordam e surgem do nada assim como se nunca tivessem deixado de existir.
Todos temos os nossos fantasmas. Há quem lhe chame “medos”. Não me venham com essa treta de que há quem não tenha medo de nada, que precisamos matar os nossos fantasmas.
Na verdade, todos temos os nossos fantasmas vindos de algum tempo remoto da nossa juventude. Coisas do passado que nos assaltam a memória e que ficaram por resolver ou foram mal resolvidas. Não é verdade que os fantasmas surjam do nada, simplesmente estavam adormecidos. Há uns mais dorminhocos do que outros mas todos teimam em acordar, mais tarde ou mais cedo.
Apesar de todas as “receitas” e tratados filosóficos, nunca conseguiremos ver-nos livres deles.

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