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domingo, 22 de julho de 2012

SUICÍDIO

Deixa-me sempre em estado de choque quando leio a notícia de que alguém cometeu ou tentou cometer suicídio e fico dividido entre a pena e a admiração. Ao tentar classificar este acto vacilo entre a coragem e a cobardia. Qualquer uma das formas de suicídio me parece exigir ou muita coragem, ou muito desespero. Há várias formas de suicídio raramente com direito a divulgação nos jornais ou noticiários da TV. Compreende-se devido à exclusão dos seguros de vida, à vergonha dos familiares e à recusa da Igreja em prestar serviços religiosos…
Há quem se jogue da janela de um último andar como quem atira o lixo de uma vida, há quem corte os pulsos e deixe o sangue fluir como se com ele se expulse o veneno que lhe corrói a vida, há quem tome doses maciças de comprimidos como quem pretende curar a dor que lhe vai na alma, há quem se lance nas águas geladas do mar, do rio ou simplesmente na banheira como quem afoga as mágoas de uma vida, há quem dê um tiro na cabeça como quem elimina o cérebro para destruir as ideias que lhe amarguram a existência, há quem simplesmente se deixe morrer, como quem desiste de uma maratona sabendo que nunca alcançará a meta…
Mas há uma forma mais sub-reptícia de suicídio de que ninguém fala. Trata-se de deixar que uma doença evolua sem qualquer tratamento e lhe destrua a vida por dentro mantendo um aspeto saudável e por vezes, um sorriso nos lábios. Esta forma de suicídio raramente aparece nos jornais ou se aparece, vem na forma de “faleceu após doença prolongada…”.
Talvez fruto de uma educação antiquada já não digo, mas ainda penso: que Deus dê (finalmente) paz à sua alma!

Há dias assim em que hesitámos em admirar quem comete um acto tão solitário e desesperado como é o suicídio…

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