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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

REGRESSO AO PASSADO

Tudo parecia maior, a porta, a rua, a velha escadaria em madeira carunchosa, os patamares e até o próprio Largo que agora parecem ter encolhido.  Quando se é pequeno tudo parece maior.

As flores, amarelas por sinal, continuam a crescer por entre as pedras que atapetam o chão do velho Largo. A rua por onde se via o rio, ainda existe. Parece que ainda se ouve o ronronar do motor das camionetas de passageiros na sua lenta subida da rua com diferentes destinos situados na sua maior parte do outro lado da margem.

Fechando os olhos, mas é preciso fechar bem os olhos, parece que tudo está igual embora as casas que ladeavam o Largo tenham sido demolidas para dar lugar ao nascimento de outra via. Por um momento muito breve, reporto-me aquele tempo já tão distante em busca de um passado que não volta.

Não posso precisar quanto tempo ali fiquei junto ao funicular, apoiado por aquelas pedras que não falam com linguagem de gente, mas que tinham tanta coisa para contar…

Um pouco mais à frente lá estavam as escadas cujos degraus graníticos que tão bem conheciam os meus joelhos. Avançando alguns degraus sem nunca olhar para trás, fugia da polícia com o fôlego que nessa idade sobejava!

O tempo passou, vejo-me tal como agora sou. Regressando passado por breves instantes, dou por mim a pensar: Quem me viu e quem me vê”.

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