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quinta-feira, 8 de maio de 2014

EU E OS ESPELHOS...

Raramente, direi mesmo quase nunca, me olho ao espelho. Note-se que tenho em casa vários espelhos, alguns até de grandes dimensões. Para ser mais conciso devo dizer que diariamente me olho ao espelho mas sem me olhar como um todo, isto é, não faço uso dos espelhos para observar o rosto ou pormenores do meu corpo. Olho e observo apenas pormenores como a barba quando a faço pela manhã, a roupa que visto e o modo como assenta no corpo, enfim, apenas pormenores. Podem dizer-me que é uma recusa de encarar a realidade ou seja, o medo de constatar o progresso das marcas que a idade vai deixando no corpo… Pode até ser verdade. Nunca me preocupei em avaliar essa realidade. Naquelas raras ocasiões em que me permito contemplar a minha imagem reflectida no espelho, surpreende-me o aspeto envelhecido. Nesses momentos, reajo como acontece quando encontramos alguém que há muito tempo não víamos e de quem tínhamos guardado a imagem de há alguns anos atrás…
Nesses momentos, não me assalta o pavor da velhice. No fundo, bem lá no fundo, eu sei que continuo a ser uma criança…

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