Hoje foi um dia a sós,
não porque tenha feito uma escapadinha à vida familiar mas por contingências
resultantes dos compromissos de cada um. A minha mulher tinha ido de visita aos
pais, o filho longe a trabalhar no estrangeiro, a filha e os amigos ocupados
com os seus compromissos familiares… Ainda pensei ficar por casa a gozar do
silêncio e da paz de uma casa deserta mas o sol teimava em brilhar lá no alto
num céu muito azul e os raios solares entravam pela janela num insistente
chamamento para o exterior. Fiz-lhe a vontade.
Onde ir, o que
fazer…? Por que não dedicar o resto da manhã para uma sessão de ginásio
aproveitando a pouca (ou nenhuma) afluência habitual ao fim-de-semana? O
silêncio e a ausência de outros utentes proporcionaram-me um daqueles momentos
de introspeção tão necessários ao equilíbrio interior. Saí retemperado e ainda
a tempo de almoçar por casa. Depois de almoço, um passeio a pé pela marginal de
Leça desfrutando de uma paisagem calma e paradisíaca que esta nossa cidade
proporciona aos seus habitantes e a quem a visita. Foi assim o meu dia a sós…
comigo.
Estar só não é
forçosamente sinónimo de solidão. Estar só é um encontro com nós próprios que
devemos aproveitar para efectuar um processo introspectivo que nos permita o
que eu chamo de “arrumar a casa”. Este processo passa por uma filtragem daquilo
que interessa reter como ensinamento de vida do que não tem qualquer interesse
reter ou recordar por nos causar dor ou angústia…
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