Quando me inscrevi no
ginásio, a conselho do meu cardiologista, o objectivo era apenas fazer uma
caminhada diária de 30 minutos na passadeira. Com o passar do tempo fui-me aventurando nas
máquinas da musculação. A escolha do ginásio obedeceu a um critério de selcção
baseado na qualidade das instalações bem como um ambiente calmo e familiar em
detrimento da distância ou mensalidade. Era esse o ambiente do ginásio em que
me inscrevi se bem que, ao longo do tempo, tenha vindo a degradar-se
principalmente nesta época de crise económica. Para atrair clientes, os
ginásios recorreram a promoções e facilidades de pagamento o que veio tornar possível a frequência das instalações
pelos chamados grunhos dos ginásios que normalmente não se sentiam atraídos por
um ginásio frequentado maioritariamente por gente de idade madura. Já passaram por
lá alguns grunhos individualmente ou aos pares, que além de um comportamento
pouco cívico acabaram por não interferir demasiado com o espaço e a sensibilidade
auditiva dos outros utentes. Ultimamente apareceu o que eu designei por “trio
maravilha”. São aquele género de grunhos que para comunicar, gritam
desalmadamente de uns para os outros durante os exercícios. Infelizmente, não
se ficam pela sala de musculação, frequentam também o banho turco, a sauna e
obviamente os balneários… enfim, tudo aquilo a que têm direito. E é
precisamente nestas instalações que, a plenos pulmões, fazem questão de
exteriorizar o conteúdo da sua “nothing box” do cérebro. Neste género de indivíduos
o ego aumenta proporcionalmente ao desenvolvimento muscular. Daí que onde quer
que se encontrem, não conseguem ver mais ninguém a não ser a eles próprios… E
quem se sente incomodado é que se retira.
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