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terça-feira, 22 de maio de 2012

O COLO

Não me lembro de um colo. E falo no sentido literal da palavra. Obviamente que o tive nos primeiros anos de vida mas em criança não recordo de o ter de qualquer um dos meus progenitores. Aliás, não recordo um só gesto de carinho. O contacto físico era tacitamente evitado entre os elementos familiares… Não me perguntem a razão de tal comportamento porque deveras não sei… Presumo que talvez tivesse origem numa religiosidade exacerbada por da parte de minha mãe e incapacidade de se dar por parte de meu pai… ou de ambos. Essa mesma incapacidade transmitiu-se a nós filhos. Recordo que considerávamos esses gestos de carinho como lamechices a evitar. Sempre que inadvertidamente ocorria qualquer contacto físico entre nós instantaneamente ocorria a tal retração como se de um choque se tratasse… Mais tarde, já adulto, minha mãe já incluía nas suas manifestações de amor maternal a carícia, o afago, o contacto físico… Mas onde realmente ele fez falta foi na fase da infância. Essa fase crucial do desenvolvimento e formação da criança que deixa marcas para o resto da vida.
Está provado que uma atitude fria e distante dos pais é um fator castrador na futura vida emocional dos filhos.
Dai o meu conselho: beijem, acariciem e sobretudo, digam o que sentem aos vossos seres amados… Que nada fique por dizer… ou por fazer…
Há dias assim em que nos assalta a saudade de um colo que nos foi inexplicavelmente negado na infância…

1 comentário:

  1. Concordo em absoluto com o seu conselho...os carinhos sabem tão bem... e às vezes precisamos tanto deles !! recordo-me de que já era grande e adorava sentar-me no colo da minha mãe... e agora é a minha filha que faz precisamente o mesmo. Beijinhos - Ester

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