Etiquetas

quinta-feira, 10 de maio de 2012

GAVETAS


Há dias em que, por qualquer razão ou sem razão nenhuma, decidimos abrir gavetas há muito fechadas. Trazemos à luz do dia velhos manuscritos já quase esquecidos. Quantas vezes na eminência de serem destinados ao lixo mas por qualquer razão ou sem ela, foram poupados a esse destino. E já que voltaram a ver a luz do dia, seria de intolerável crueldade voltar a engavetá-los… Porque não deixá-los ver e ser vistos por outros olhos? Foi precisamente o que pensei ao postar alguns dos muitos versos que fui escrevendo ao longo deste meu percurso sinuoso pela vida. Não há, por isso, que ficar preocupado ou temer pelo meu estado de espírito actual.
"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)
Muitos desses versos remontam às décadas dos 20-30 anos. São pedacinhos de vida que fui deixando para trás no meu caminho. Reuni-los de novo é como reconstruir o EU… Nunca um “eu” verdadeiro já que nos vamos formando/transformando ao longo da vida.
Há dias assim em que abrimos gavetas pouco usadas, lemos e relemos papeis que o tempo amareleceu… e fingimos que não nos pertencem mais…

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...