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domingo, 29 de março de 2020

FIQUE EM CASA


É a frase mais ouvida em todas as redes sociais e outros médias em geral, onde todos os convidados a repetem insistentemente mas nem todo o público que a escuta (?) a pratica. São precisamente os mais idosos, que pertencem ao maior  grupo de risco, que infringem esta medida de contenção… Dou por mim a pensar, pois que contraiam o coronavírus, pois que morram. O mais grave desta situação é que isso iria traduzir-se por uma despesa suplementar ao SNS, mais uma cama que fica ocupada além do perigo de transmitir o tal vírus a indivíduos que permaneciam saudáveis graças ao cumprimento de todas as medidas recomendadas, ou seja, ficar em casa, saindo apenas para trabalhar ou outro motivo de força maior.
Dizer que é fácil ficar em casa é pura utopia. Se é fácil na primeira semana, mais tarde revela-se extremamente difícil qualquer que seja a casa. De uma maneira geral, ela acaba por reflectir a personalidade de quem a habita. Conhecer a casa de alguém é ficar a conhecer intimamente o seu habitante e decorador. Nem todas as casas são iguais, existem casas escuras e soturnas como os pensamentos de quem lá mora ou então claras e luminosas como a alma de quem a habita. É com ela que temos de (com)viver nos dias que correm, é ela quem nos obriga a percorrer um percurso mais ou menos tortuoso ou deslocar em linha recta onde se quer chegar o que não a invalida que se considere triste ou alegre aos olhos de quem lá mora… Tudo depende da forma como foi mobilada. Tal como nós, também a casa envelhece deteriorando-se não só estruturalmente como a própria decoração. À medida que vai envelhecendo é forçoso substituir um ou outro móvel, um ou outro objecto e até repintar as paredes… mas a casa é sempre a mesma.
E não é isso o que acontece connosco?

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