Etiquetas

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O GATO

Aquele gato queria mesmo falar comigo. Estacou à minha frente no passeio, enroscou-se na minha perna a ronronar de cauda erecta e em seguida, saltou para cima do muro a olhar-me fixamente. Eu podia ter seguido o meu caminho até porque não gosto de falar com gatos. Acho-os traiçoeiros e um pouco perversos. Já com os cães é diferente. Quase não precisam falar, toda a sua expressão corporal fala por si. Apenas quando estão tristes tentam chegar à fala com os seres humanos que os podem entender.
Num misto de receio e curiosidade optei por olhar o gato nos olhos permitindo assim o contacto visual. O gato começou então a contar-me,  não em linguagem de gato – miados – mas em linguagem telepática, o que afinal eu já sabia. Aliás, de nada me serve o que me contou a não ser para causar aborrecimento e dor. Jamais poderei contar o que sei argumentando que foi um gato que me disse… Muito menos confessar que falo com gatos. Seguramente iriam achar que estou senil, vítima de alzheimer ou esquizofrénico…
Depois há sempre aquela possibilidade de o gato ter mentido. Os gatos são, por natureza, perversos…
Há dias assim em que nos permitimos escutar aquela vozinha interior que paira na nossa mente e que, quase sempre, nos diz o que já sabemos…

1 comentário:

  1. Não quero saber o que esse maldito te contou...mas não acredites nele porque certamente mentiu...quero acreditar que sim...Bjoca*

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...