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terça-feira, 29 de maio de 2012

A DISTÂNCIA E O AFASTAMENTO




Quantas vezes, perante um quadro que nos apaixona, somos tentados a aproximarmo-nos com a intenção de o “ver” melhor… Quanto mais perto ficámos mais nos apercebemos de pequenas imperfeições que ao longe não teríamos notado. Visto ao longe o mesmo quadro causou-nos boa impressão mas quanto mais nos aproximamos mais ressaltam à vista pequenos pormenores que nos desagradam perdendo-se a harmonia do todo. Para bem apreciar um quadro ou qualquer obra de arte, há que guardar uma certa distância que nos permita ver no seu conjunto a beleza das formas, textura e harmonia das cores...
Com as pessoas passa-se o mesmo. Demasiada proximidade leva-nos a pormenorizar mais os defeitos e a perder a harmonia da visão global. Em todas as relações, por vezes, há que respeitar uma certa distância. Muita proximidade pode sufocar o outro e enfocar mais os defeitos em detrimento das qualidades gerais. Na minha opinião, é conveniente um certo distanciamento esporádico qualquer que seja a relação. Esse distanciamento vai permitir ver o outro no seu todo salientando tudo que de bom e belo o constitui. Tem ainda uma vantagem suplementar. Permite-nos saber até que ponto sentimos a sua falta, o quão importante é a sua companhia, a sua presença na nossa vida.
Se esse distanciamento não doer, se não sentirmos que nos arrancaram parte do nosso ser, então não é mais um distanciamento…nesse caso é já um afastamento…
Há dias assim em que nos distanciamos para deixar respirar o outro… correndo o risco de ver o distanciamento transformar-se em afastamento.


2 comentários:

  1. Muito obrigado pelo seu trabalho.Penso da mesma forma e por incrível que pareça, já alguns meses que senti isso.
    Há dias e pessoas assim.
    Um abraço ao Prof.
    Luz

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