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terça-feira, 16 de junho de 2020

A MENINA NUA


Não tem conta as vezes que passei por ela, preocupado com ninharias da vida. Ao atravessar a avenida quase esbarrei com essa figura incontornável que é a menina nua… Nem sempre a vi. Penso que olhei para ela algumas vezes senão como teria retido a sua imagem? Para mim, nessa data, não passava de mais uma estátua implantada ali no meio da avenida.
Há gente assim que o tempo transforma em estátua perante as quais se passa indiferente sem as ver, autênticas obras de arte. O ideal seria que se interiorizasse que as estátuas já foram gente, gente com as mesmas necessidades, os mesmo defeitos e as mesmas qualidades. Fazem parte da cultura de um país, elas representam uma época. Esta estátua não é excepção. Representa alguém que já viveu no meio de nós, que teve um nome e, por fim, faleceu. Não é preciso relatar a vida desta personagem captada para a posteridade pela mão do artista.
Quantas vezes passei por esta estátua, olhei-a com olhos apressados sem contudo a ver. A estátua, qualquer estátua, está ali, imóvel, aguardando que quem passa, repare nela.
Não há ninguém que não tenha reparado nesta estátua conhecida como “a menina nua” que convida a refrescar-se quem por ela passa.
Nessa avenida, onde tudo acontece, sempre que se pretende festejar seja qual for o evento, manifestações, eventos políticos e desportivos não esquecendo o São João. Ali mesmo, naquela avenida, é tempo de parar e observar a menina nua que nos contempla do alto do seu pedestal.

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