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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

CHEGA SEMPRE O DIA DO "LARGA-ME DA MÃO"

Há dias em que nos assalta a saudade de coisas que a seu tempo considerámos desagradáveis e desnecessárias. Comigo aconteceu naquele dia, um belo dia de sol de Inverno embora soprasse um vento frio já habitual na minha rua. Mais uma vez fazíamos o percurso entre casa e o café da esquina já por nós percorrido vezes sem conta. Por precaução, amizade ou talvez num gesto de carinho, seguíamos como habitualmente de mão dada até porque era necessário atravessar a rua em direcção ao café. Já do outro lado da rua, o pequenote agora senhor dos seus sete anitos pede para o largar da mão… Aquele “larga-me da mão” ficou a soar dentro da minha cabeça como o badalar de um sino em dia de finados. De facto, aquele gesto, mais do que o lado físico, assinalava o início de uma nova fase nas nossas vidas.  Subitamente, de forma sub-reptícia, veio até mim aquela saudade do tempo ainda tão recente em que ele dependia dos pais e avós para quase tudo. Recordo os seus primeiros meses de vida que, incoerentemente, nos pareciam intermináveis na ansia de o ver sentar, manter-se em pé, dar os primeiros passos, balbuciar as primeiras palavras,…
A vida é assim, eles crescem ao mesmo tempo que vão conquistando a sua autonomia física e emocional e em nós fica a saudade. Eles crescem, é facto, mas para nós, serão sempre crianças, qualquer que seja a idade.
Afinal, na vida de toda a gente, chega sempre o dia do “larga-me da mão”…
Há dias assim

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