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quarta-feira, 8 de julho de 2020

GAIVOTAS EM TERRA


As gaivotas são assim. Permanecem em terra por longos períodos e, quando voam, fazem-no sobrevoando o chão ou a crista das ondas em busca de alimento. Se alguma se aventura em altos voos em busca de um céu que nunca se alcança, unem-se os esforços em terra na tentativa de a manter rente ao chão onde tudo é mais familiar. Algumas gaivotas transformam-se em gente conservando o mesmo comportamento, o medo de voar… mais alto. Voar nunca foi o meu maior medo, excepto durante a descolagem, ao longo do voo, caso não ocorram poços de ar e, mais tarde, no decorrer da aterragem. No tempo que resta (muito pouco) não tenho medo de voar.
Sempre foi o meu e o sonho de muita gente voar, voar mais alto. Não me refiro aquelas viagens organizadas por qualquer agência mas àquele patamar que só se atinge quando se voa, mesmo sem asas. Uma vez atingido este patamar, adquire-se um pouco mais de humanidade e acentua-se a diferença entre quem se foi e o que se pretende vir a ser, mesmo que esse fim ainda esteja longe. Para chegar a esse estádio, lamentavelmente, é preciso passar por algumas situações inesperadas, as chamadas rasteiras da vida, necessárias para voar mais alto. O segredo, consiste em soltar as amarras que nos prendem ao chão, amaras que aprisionam sonhos, ilusões e desilusões,… que nos impedem de voar mais alto, mesmo não tendo asas…

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