Não é o momento mais adequado para falar no
assunto, é uma época festiva convidativa a falar só em coisas alegres mas também
é nestes momentos que mais se recordam aqueles que, embora sem uma presença
física, ficaram para sempre na nossa memória.
Há perdas que nada nem ninguém consegue apagar.
Não é fácil lidar com a morte seja de quem for. Ninguém nos preparou para a
enfrentar com naturalidade.
Felizmente, apesar de o testemunhar, consigo
imaginar a dor que uma mãe sente quando perde abruptamente um filho. Pela ordem natural das
coisas os pais deviam partir antes dos filhos e não o contrário. É esse o curso
normal da vida. A mãe que perdeu um filho, por mais anos que viva, nunca mais
será a mesma, a dor e a saudade instalaram-se para sempre no seu peito.
Para qualquer pessoa, ver sair de repente alguém da nossa vida é uma
experiência dolorosa que nunca mais se esquece. Do turbilhão de emoções que acompanham
essa perda, sobressai um misto de saudade e de remorso que se estendem ao longo
da vida. Remorso de nunca ter feito aquilo que se gostaria de fazer e nunca foi
feito.
Apesar de não sermos gémeos, tivemos momentos de pleno desacordo,
usufruímos também daqueles momentos de comunhão comum a todos os irmãos. Afinal
passaram nove meses na mesma barriga da mesma mãe!
Talvez, no meio da confusão, a vida queira ensinar-nos a ser gratos por
tudo que nos rodeia. Pode não ser no momento certo, mas o que importa é perseguir
aquilo de que se gosta e sobretudo ser feliz.
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