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sábado, 30 de novembro de 2019

AS APARÊNCIAS ILUDEM


É vulgar ouvir dizer que as aparências iludem o que no fundo é verdade. Todos os dias e em diferentes contextos isso se verifica. Apesar desta realidade, é habitual que o ser humano continue a julgar pessoas e situações baseado apenas naquilo que lhe parece sem analisar os factores que lhe deram origem. Se por vezes se alcançam conclusões lógicas, na maior parte das vezes as aparências iludem-nos quando não somos enganados pelos próprios sentidos… Isso acontece com frequência, nem sempre por nossa culpa mas por culpa da sociedade que nos rodeia…
Com efeito, a sociedade actual tem por lema o “mais vale parecer do que ser” contra o que dizia a mulher de César… Para além da exagerada preocupação com o aspecto exterior a sociedade vive preocupada em passar a imagem daquilo que de facto não é.
“As pessoas tornam-se ridículas apenas quando querem parecer o que não são.” (Giacomo Liopardi)

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A DOENÇA DA MODA


Nós, os portugueses, somos tristes por natureza. Temos tendência a valorizar acontecimentos negativos que vão surgindo inevitavelmente durante a vida. Perante isto, a estado emocional antigamente designado por tristeza agora é diagnosticado, sem sombra de dúvida, por depressão. O termo, muito divulgado na década de noventa, foi assumido como a “doença do século”.
Hoje em dia tudo é depressão frequentemente confundida com tristeza… Se alguma coisa corre mal, o diagnóstico é certamente de depressão. Basta estar triste sem causa aparente que o diagnostico imediato é de forte e continuada depressão.
Deste modo alimenta-se a confusão existente entre tristeza e depressão… Todos passámos por situações que nos entristecem e angustiam durante dias, semanas, meses ou anos mas lá conseguimos seguir em frente sem o recurso imediato às drogas nem, a psicólogos… Não digo que seja a atitude correta mas era a que se nos oferecia no momento. Era assim que se conseguia ultrapassar qualquer estado de profunda melancolia. Haja vontade!

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

TUDO TEM UM PREÇO


Quem não deseja, mesmo que secretamente, ter algum sucesso quer a nível pessoal quer a nível profissional?
No meio desta confusão de sentimentos percebe-se finalmente que tudo na vida tem um preço, ou seja, tudo se paga. Nada nos é oferecido grátis, tudo tem um preço a pagar que pode variar de local para local, de pessoa para pessoa conforme as escolhas. Qualquer que sejam, é inevitável que tenham consequências que são afinal o preço a pagar. Convém não confundir o valor sentimental com o valor monetário. São coisas completamente diferentes.
Qualquer que seja o real valor das coisas ou das nossas opções há sempre um preço a pagar. Paga-se o sucesso profissional possivelmente com horas de sono, a companhia com a liberdade, a ausência seguramente com a saudade, … e por aí adiante.
De uma maneira ou doutra tudo se paga e às vezes, por um preço tão elevado, que não há reservas que os cubram…!

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

CANÇÕES NATALÍCIAS


Quem frequenta qualquer centro comercial por prazer ou por força das circunstâncias, começa já a ouvir as tradicionais canções de Natal. Aliás, qualquer lugar público que se preze, difunde esta e outras canções alusivas à quadra. Ninguém se preocupa com as sensações que elas provocam, o importante é aumentar o número de vendas comerciais…
Uma das canções muito antiga mas ainda bastante escutada é o Adeste Fidelis também conhecida por "Natal Português". A autoria da canção continua a gerar bastante controvérsia entre os intendidos, quanto a mim, as datas não deixam margem para dúvidas. Embora seja atribuída a John Wade, existem manuscritos encontrados no palácio de Vila Viçosa com data de 1640 que atribuem a autoria do célebre hino ao monarca português D. João IV denominado justamente como “rei músico” considerado um mecenas tanto da música como das artes. Por este motivo, não custa acreditar que o monarca, entre ouros hinos, tenha composto a célebre canção de Natal. De acordo com as datas, não restam muitas dúvidas sobre a autoria visto que o manuscrito só foi escrito por John Wade em 1743 (cerca de 100 anos depois). Esta discrepância explica-se pelo facto de o manuscrito ter sido introduzido por John Wade na corte inglesa e este se tenha “esquecido” de referir a respetiva autoria …
Em resumo, sempre que ouvirem o Hino do Natal português, não deixem de homenagear como seu presumível autor, El rei D. João IV.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

POLUIÇÃO

MAU FEITIO


É normal que o tema escolhido gere alguma controvérsia. Este é um conceito que depende muito do ponto de vista de quem o aborda e esse ponto de vista está sujeito às vivências de cada um e das raízes culturais em que as suportam…
Não sei nem estou preocupado em saber se possuo bom ou mau feitio apesar das minhas manias entre elas, o perfeccionismo. Durante o período laboral fui sincero e autêntico nas minhas opiniões e procedimentos daí haver quem me considere um mau feitio.
Permito-me ainda hoje emitir opiniões muito pessoais sobre este e qualquer outro assunto respeitando sempre opiniões contrárias.
Um estudo alemão já muito antigo salienta que exteriorizar sentimentos negativos aumenta, em pelo menos dois anos, a esperança média de vida. Isto acontece porque ao reprimir as emoções produzem-se alterações físicas que aumentam a probabilidade de sofrer no futuro de hipertensão, doenças cardiovasculares, problemas renais ou cancro.
Dando crédito a este estudo, bora lá a exteriorizar o que se sente e o que se pensa mesmo correndo o risco de ser considerado um “mau feitio”. Viver tem destas coisas e ganhar mais dois anos de vida, compensa…!

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

VOLTANDO AO TEMA DAS LOMBAS...


Agora que “está na moda” volto ao tema das famigeradas lombas redutoras de velocidade já aqui referidas várias vezes, contudo não fique a ideia de que sou contra desde que colocadas em locais onde isso se justifique (junto a passadeiras, escolas, rectas citadinas, etc.). Na maioria dos casos, são colocadas em locais onde seria perfeitamente descabida a sua presença se existisse um mínimo de civismo por parte da maioria dos condutores.
Se por um lado lhes reconheço imensas vantagens, por outro, as ditas lombas têm um sem número de inconvenientes quer pela excessiva altura relativamente ao solo, pelo ressalto que provocam nos veículos e passageiros, quer pelo local escolhido.
Além dos inconvenientes já citados e para não me alongar muito, menciono apenas a poluição sonora que originam, o maior desgaste da suspensão dos veículos e o que é mais grave, a comprovada contribuição em eventuais acidentes…
Perante tantos inconvenientes, colocar as (mal)ditas lombas no interior de um condomínio fechado não abona muito em favor da capacidade mental dos responsáveis… contando com o tal civismo que, mais tarde ou mais cedo, acaba por emergir por parte dos utentes…
Agora que permaneço mais tempo por casa, tenho observado que a maioria dos condóminos as contorna sempre que possível.
Será que quem aprovou a sua instalação também as contorna…?!

domingo, 24 de novembro de 2019

PEGADA ECOLÓGICA


O OLHAR DA MADONA


Já não me lembro quando nem onde comprei esse retábulo que muito me agradou pela sua originalidade. Sabia obviamente que não estava ali um original mas a reprodução de um qualquer quadro célebre. Até essa data nunca tinha sentido a curiosidade de descobrir o pintor que tinha conseguido captar de uma forma tão magistral a tristeza inunda o olhar da Virgem. O que mais aprecio neste retábulo é o aspecto profundamente humano nada comum à maioria das representações divinas, por isso mesmo, demasiado distantes. Desde o momento que o adquiri, e talvez por esse motivo, o retábulo sempre me atraiu. Há quadros assim, só de os admirar despertam em quem os vê sensações insuspeitadas. Aliás essa é a finalidade da maioria  dos pintores! Honestamente, todos os quadros despertam alguma emoção que se traduz no já clássico “gosto” ou por um redondo “não gosto” segundo a emoção que despertam.
Confesso a minha surpresa quando vi o “meu quadro” exposto num museu em Dresden! Embora seja um fragmento do verdadeiro quadro pintado por Rafael, soube mais tarde que a Madona de Sistina tinha sido encomendada por Júlio II para homenagear o Papa Sisto IV, daí o nome. O quadro representada a Virgem com o Menino ao colo ao centro, de um lado Santa Bárbara e do outro, São Sisto.

sábado, 23 de novembro de 2019

ROTINAS. ÚTEIS OU PREJUDICIAIS?


De uma maneira geral sou contra tudo que seja rotineiro contudo, em certas e determinadas situações, considero-as úteis e aceito mesmo que se instalem no dia a dia de toda a gente já que entre outros benefícios libertam o pensamento para se ocupar de outras coisas mais importantes. Não fazer ideia onde se deixou determinado objecto dá origem a uma sensação de ansiedade motivadora de stress.
Em relação às crianças, há certas rotinas essenciais  que contribuem para uma certa estabilidade emocional. Defendo que se estabeleça um horário (adequado) para as refeições, estudar, acordar e deitar evitando assim muitos dos chamados e mal-afamados conflitos familiares…
Por outro lado, permanecer escravo das rotinas é um erro que muitas vezes se comete. A falta de qualquer gesto ou procedimento pode ser mais uma fonte de angústia. O segredo é não permitir que as rotinas se instalem admitindo a possibilidade de que um dia poderão ser quebradas…
Aprovo portanto a existência de rotinas no quotidiano mas dentro de certos limites, na medida em que facilitem a vida respeitando portanto o que a vida tem de imprevisto e sobretudo que não se tornem mais uma fonte de desilusão e angústia…

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

DESIGUALDADE


CHAMEM-ME VELHO... POUPEM O IDOSO


Ainda não me habituei, nem sei se algum dia me vou habituar à triste ideia de ser considerado velho ou como agora se diz, “idoso”. Ser considerado “idoso” ou deficiente tem as suas (parcas) vantagens. Descobri que em alguns estabelecimentos comerciais os “idosos” têm prioridade no atendimento e no estacionamento automóvel há sempre (às vezes) um lugar destinado aos deficientes. Não tenho por hábito fazer-me valer desse “privilégio” mas, de vez em quando, faço-me valer desse estatuto… Que me perdoem as pessoas com a mesma pressa e necessidades…
Segundo a OMS, consideram-se idosas as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento. Mesmo assim, caí (sem para-quedas) no grupo etário dos idosos e penso, ainda bem que nasci num país dito desenvolvido senão já seria idoso há muito tempo…!
A idade cronológica é um estereótipo que de modo algum justifica separar um indivíduo em diferentes compartimentos de acordo com a fase da vida. Com efeito, o aumento da esperança de vida aliada às mudanças que se operaram no sector laboral, alteraram completamente o conceito do “idoso”… Felizmente tem-se verificado que aos 65 ou mais anos de vida, as pessoas mantêm-se ainda activas.
Por estes e outros motivos, ainda não me considero “idoso” apesar da idade cronológica e, quando isso acontecer, por favor chamem-me velho, poupem-me ao vocábulo “idoso”.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

IGUALDADE


NÃO SEJA MAIS UM EMPATA


Na gíria popular, ser um empata não é motivo de orgulho para ninguém. Trata-se de um indivíduo que só atrapalha, quiçá um namoro,… enfim, é um perfeito estorvo na vida de qualquer um.
Considerando o termo derivado de empatia, a expressão assume um significado completamente diferente. Neste sentido, o termo refere-se a um indivíduo sensitivo, que capta coisas que nunca foram contadas (há quem lhe chame intuição) e que é capaz de sentir a energia que paira à sua volta.
Um verdadeiro empata nota-se por que evita frequentar locais onde se aglomera muita gente visto que absorve energias e sobretudo por que absorvem a própria energia Quando captam demasiada energia negativa, ficam calados e insociáveis. Não é de estranhar que, em certos momentos, um empata precise de silêncio afim de carregar baterias. Tais capacidades fazem com que este individuo evite cenas de violência ou tragédias nos vulgares meios de comunicação e muito menos na vida real.
Outra maneira de distinguir um empata é constatar que tal indivíduo nunca compra antiguidades ou qualquer coisa em segunda mão visto que transporta toda a energia do anterior proprietário.
Depois do que ficou dito, ainda quer ser um empata neste sentido?

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

VEJO DA MINHA JANELA


Do alto da minha janela, observo o mundo lá fora que certamente também me observa, embora não o admita.
Quer o queira quer não, eu e o mundo somos um só. A rua e as outras janelas colaboram para que essa união entre dois mundos tão diversos se concretize! Por isso fico ali na penumbra e em silêncio.
Da minha janela vejo a rua e também outras janelas. Lá mais ao longe alguém que se refresca, o que muito admira! Num país em que o frio e a chuva marcam presença a maior parte do tempo, o frio que tem feito não convida muito a arrefecer... Numa outra janela, a penumbra significa que alguém vê televisão, não sei se por gosto ou por que não ter nada mais interessante  para fazer… Não sei nem isso interessa muito agora. Observo outras janelas que se iluminam e gente que permanece em casa mas hoje, do alto desta janela aprecio mais um pôr do sol, magnifico como sempre, que me transporta à memória outros fenómenos ocorridos noutros momentos…
Do alto desta janela, contemplo o mundo e penso, apesar de tudo valeu a pena permanecer por cá mais este dia.

DIREITOS DA CRIANÇA

AINDA ACREDITO EM LENDAS


Quando estive nos Açores, viagem que vivamente recomendo, almocei peixe-espada com banana, arroz e salada. Nada de extraordinário naquele almoço, nem no peixe espada, arroz ou salada… não fora o facto de nunca ter comido o famoso peixe espada acompanhado por banana frita. Considerado por alguns como um peixe voador devido ao gosto de nadar à superfície durante a noite atraído por qualquer luz e no fundo do mar em pleno dia.
A observação da paisagem não impediu que me transportasse a uma terra de sonho constituída por pequenos pedaços (ilhas) da lendária Atlântida… Ainda há quem acredite em lendas assim como existem também os cépticos. Eu quero acreditar.
Creio em lendas tal como acredito que a Atlântida existiu da qual restou a célebre lenda das Sete Cidades muito recontada em termos turísticos. Acredito na cor das lágrimas dos olhos azuis da princesa bem como nas lágrimas verdes dos olhos do pastor…
Há quem acredite em lendas sem menosprezar os cépticos… Eu quero acreditar. Qualquer que seja o sonho, para que se torne real, é preciso que alguém acredite que se possa realizar…

terça-feira, 19 de novembro de 2019

ENTRE O MEDO E O GOSTAR


Sem precisar de sair de casa vejo, da minha janela, os aviões que chegam e os que partem. Não posso dizer que morro de amores mas também não detesto viajar de avião. Detesto sim o tempo necessário para o check-in, o tempo de espera pelo embarque, o desconforto da descolagem, … e o medo que acarreta essa manobra mas também a aterragem daquele monstro que desafia todas as leis da gravidade. Outra fase que não gosto e tenho razões para isso, é a longa espera pela bagagem.
Pelos motivos expostos, além da poluição, não desgosto de viajar de avião… Vacilo entre o querer e o não querer, o gostar e o não gostar, ter fé e não a ter, assim tem sido a minha vida. A incongruência parece ser uma das caraterísticas que sempre me acompanha.
Mas voltado à vaca fria que é como quem diz aos aviões, com tudo tranquilo durante a viagem até consigo relaxar e desfrutar da paisagem que se estende lá em baixo. Se, eventualmente, o avião atravessa uma zona de alta turbulência, volta aquela sensação de desconforto e, por que não dizê-lo, … o  medo.
Apesar dos frequentes atrasos, alteração das portas de embarque que ninguém percebe, do medo da descolagem e da aterragem, atrevo-me a dizer que gosto de viajar de avião embora fuja ao racional.

PIEGUICES À PARTE


Parece que ultimamente tenho andado a escrever alguns textos um tanto lamechas. É verdade e só espero que considerem isso como sendo apenas uma fase. Se há coisa que detesto e mexe comigo, são as pessoas que se armam em vítimas, que passam o seu (precioso) tempo a lamentar-se de tudo e de todos.
Motivos de sobra toda a gente tem… uns mais do que outros é certo, mas toca a todos, durante a vida, deparar com qualquer problema…
Contudo há gente que aprecia e sente um secreto prazer em se fazer de vítima, sempre a lamentar-se, fazendo-se ainda mais dependente de familiares, amigos e até de estranhos...
Todos têm gente assim na família, entre amigos, vizinhos e conhecidos… Ainda tenho bem presente a mágoa que então me causava depender de ajuda de todos para tudo. Toda a dependência acaba por provocar um desgaste físico e emocional dos que se colocam na posição de dependentes e, o que é mais grave, muita gente acaba por impedir a independência dos outros nem que para isso recorram a uma certa chantagem emocional…
Garantidamente, não me incluo neste caso. Prezo muito a minha independência e tudo faço para superar eventuais limitações.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

ESCRAVO DA TECNOLOGIA


Ao deparar com o frigorífico atulhado por aquela “tralha” constituída pelos restos e restinhos de comida que se vão acumulando a par dos alimentos que se consomem diariamente tais como o queijo, leite, manteiga, iogurtes, … indispõe-me essa desordem. Em se tratando de um combinado então a confusão é maior. Aí acumulam-se os alimentos congelados que raramente são consumidos…
Convivemos diariamente com a mais variada tecnologia que nem nos apercebemos que existe, enquanto funciona. Com efeito, essa tecnologia torna mais leves aquelas tarefas enfadonhas ficando mais agradável a nossa existência.
De tal modo nos habituamos a essa tecnologia que nem nos apercebemos até que ponto dependemos dela. Só quando falha algum dos equipamentos a que estamos habituados tomámos consciência da sua existência. E se falta a energia eléctrica então colapsa toda essa parafernália de equipamentos electrónicos que nos rodeia…
Fala-se muito na dependência dos cigarros, da bebida, da droga em geral e muito pouco na dependência tecnológica sem a qual já não se pode viver.

HÁ QUEM NÃO GOSTE DA GENTE


Por muito que custe tem que se aceitar, há e haverá sempre quem não goste de nós. E uma sensação e como tal, não tem explicação. Nada do que se faça vai cair em graça e vai ser alvo de duras críticas… Tem que se aceitar esta realidade, há gente que não gosta de nós e não vale a pena procurar uma razão racional que o explique, simplesmente não gostam tal como provavelmente não gostam do amarelo… Não gostam e pronto!
Alguém já tentou explicar por que se gosta de uma pessoa e antipatiza com outra? O estranho é que a gente habitua-se à ideia do gostar e não gostar da mesma maneira como se habitua a tudo… Aparte hipocrisias aceita-se que agradamos a uns e desagradamos a outros. Já lá diz o ditado, “não se pode agradar a todos”.
Quando se é jovem é normal que se tente agradar à maioria por medo ou pelo receio de ser excluído do “grupo”. Mais tarde a gente aprende que não há nada nem ninguém que mereça o sacrifício de não aceitar a pessoa em que nos tornámos.
De qualquer maneira há e sempre haverá quem não goste de nós tal como há gente de quem não gostámos. Ninguém é obrigado a gostar, é um direito que nos assiste.

domingo, 17 de novembro de 2019

ABAIXO OS MUROS


Em todo o mundo democrático comemoraram-se (6 de Novembro) os 30 anos da queda do muro de Berlim. Convém recordar que o “muro”
Hoje, para o mundo moderno, parece impossível que esse muro tenha permanecido em pé durante 28 longos anos (1961 a 1989) mas foi o que aconteceu!
Mais tarde o muro foi derrubado graças à vontade de um povo não se devendo à idade ou algum tremor de terra. A verdade é que o muro caiu sob as lágrimas e o sangue derramado sobre os seus alicerces.
Não é por simpatizar com a Alemanha de hoje mas porque prezo sobretudo a liberdade de todo o indivíduo que a data ganhou um significado muito especial. Entristece-me verificar o pouco relevo  dado a esta data embora comemorada mundialmente.
É lamentável que nos dias que correm ainda existam muros que condicionam a liberdade e a maneira de viver de cada um. O Muro de Berlim, também apelidado de “Muro da Vergonha”, devia ser motivo de vergonha para muito boa gente.
Derrubemos os muros que nos separam fisicamente dos outros, muros que nos impedem prosseguir o próprio caminho. Muros que só permanecem em pé devido à conivência, comodismo e indiferença tanto de governantes como da sociedade em geral.

ASSOBIAR FAZ A DIFERENÇA


Cada vez fazem mais sentido certas expressões e ditados populares que ficaram no ouvido ao atravessarem toda a infância, por serem repetidas amiudadas vezes ou pelo seu significado que encerram. Até à data, a expressão popular enquanto se capa não se assobia não fazia muito sentido. Talvez por que “capar” não fazia parte do vocabulário dos mais novos. Para os mais velhos, o termo adquiria literalmente o seu significado usual e isso fazia todo o sentido, “para fazer bem uma coisa não se pode fazer outra”.
Ora, segundo o “Dicionário de Expressões Correntes” de Orlando Neves, vim a descobrir que o vocábulo foi usado na sua forma correta só que “capar” tomava o significado de “cantar” no referido dicionário. Isto quer dizer enquanto se faz uma coisa não se faz outra. Ou se canta ou se assobia… Mesmo mudando o significado do vocábulo o significado continua a ser o mesmo.

sábado, 16 de novembro de 2019

UMA SENSAÇÃO DE PERDA


Há dias em que a gente pensa, mais um fim-de-semana que se aproxima o que implica que mais uma semana se passou… Com o fim-de-semana chega aquela estranha sensação de perda que nada nem ninguém consegue justificar. Por mais que se procure não há motivo que o justifique. Toda a sensação de perda vem da falsa sensação de posse. Será?
Uma análise rápida aos últimos dias verifica-se que nada de anormal aconteceu. Nenhum familiar ou amigo partiu nessa viagem sem regresso, ninguém adoeceu,… Somente a certeza de que o tempo passou. Talvez a rotina quotidiana recorde a perda daquela oportunidade que passou, das propostas e vontades que não se chegaram a concretizar. Talvez seja sofrer por antecipação a perda de tudo que um dia se virá a perder…
Seja como for, a cada semana que passa fica-se ali parado a ver o tempo passar com a mesma sensação que sempre os acompanha.
Há dias assim.

O MAU TEMPO JÁ CHEGOU

Dizem os entendidos nestas coisas de prever o tempo que o temporal veio para ficar até ao final da semana com muito frio, chuva e neve. Afinal, aqui no norte e à beira mar, o temporal ficou-se por um sol radioso embora com muito frio e vento mas nem uma gota de chuva… Aliás o vento tem sido uma constante ao longo das diferentes estações do ano. Não tem feito outra coisa senão umas breves pausas para recuperar fôlego e voltar a soprar com força. Apesar da previsão o sol radioso fez-se presente.
Se o temporal se revelou violento por essa Europa fora, não menos rigoroso é o temporal que há em mim… Um temporal de ventos ciclónicos de raiva pela presente situação, fustigado algumas vezes por dores que julgo não merecer…
Mas são assim os temporais? Quando menos se esperara descontrolam-se os elementos da natureza com vagas, chuva, neve e ventos fortes que arrasam tudo até mesmo os sonhos mais fortes…
Como todos os temporais, também o meu começou assim… quando menos esperava, acordei diferente do que era.
A tempestade interior começou já a amainar, graças a Deus …! 
Como vêm, eu não sou mau… mas podia ser melhor.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

NOVAS TECNOLOGIAS

REDES SOCIAIS... BOAS OU MÁS?


Já muito se tem falado e também escrito sobre as vantagens e inconvenientes das redes sociais mas nunca é demais voltar a este assunto conforme se vão conhecendo novas conclusões.
Não há dúvida que as redes sociais vieram revolucionar positivamente o nosso pequeno mundo. É inegável que em muitos casos até vieram facilitar a vida de toda a tente porém convém não esquecer que existe um lado perverso camuflado e muitas vexes escondido. A par das múltiplas vantagens que trouxe, vieram também os inconvenientes. Chegou-se à conclusão de que as redes sociais contribuem seguramente para o desequilíbrio emocional que, em casos extremos, pode levar a níveis profundos de depressão.
A observação de cenas que demonstram uma enorme felicidade, muitas vezes falsa, e a maneira como toda a gente supostamente se diverte, faz com que a nossa vida pareça rotineira e por consequentemente pouco interessante.
O sentimento dessa falsa felicidade é o factor principal para um profundo sentimento de infelicidade. Na verdade, quase ninguém publica o seu mal-estar emocional.
Só munidos de enorme discernimento é possível separar a própria vida da vida de todos os outros. Nem tudo  o que vê (ou lê) nas redes sociais corresponde inteiramente à realidade…

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

ASSIM MORRE UMA ESTRELA


Afirmar que vi uma estrela cadente pela primeira vez não seria muito credível tendo em atenção a minha idade. De facto não foi a primeira vez que visionei o fenómeno explicado melhor ou menos mal pela ciência. Mesmo assim, porque até à data não lhe dei grande atenção, foi como se fosse uma estreia assistir a esse espectáculo.
Onde iria aquela estrela…? Que pressa a faria deslocar sabe-se lá para onde? Será que ela era afinal quem eu pensava…?
O que vi não era uma simples estrela a despencar-se lá do alto do firmamento. Reconheço, munido dessa tal cultura geral, que a tal “estrela” não passava afinal de um pedaço de rocha que, ao ser capturado pelo campo gravitacional terrestre entrou em rota de colisão com o nosso planeta e se desintegrou ao entrar na atmosfera… Eu sei o que dizem as enciclopédias. Mas por que não sonhar? Que custa afinal um sonho?
Fosse o que fosse, estrela, rocha ou meteorito, podia muito bem ser quem eu penso que era…
Não sou muito dado a tradições e muito menos a superstições mas dessa vez, só dessa vez, fiz um pedido.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O FRIO QUE A GENTE SENTE


Chegou aquele tempo detestável que nos obriga a enfiar mais uma peça de vestuário, de preferência bem quentinha com o inconveniente de detestar andar por aí todo enchouriçado… chegou aquele tempo em que se “vive” uma semivida estupidificante numa pura letargia aparente …
Chegou o frio e com ele os dias curtos, o anoitecer mais cedo, a chuva morrinhenta, a humidade que anda no ar, o nariz a pingar, o trânsito mais lento nos dias de chuva, …
Se calhar, devia era hibernar não fora detestar ausentar-me do tempo… Não concebo atravessar o outono, o inverno ou lá o que quer que sejam essas estações que já nem se distinguem. Se calhar a solução não devia passar por hibernar mas por fazer como fazem as andorinhas… voar para latitudes mais quentes. Detesto o frio mas o frio acompanhado desta chuvinha inocente que não molha mas que deixa toda a gente encharcada, nem se fala…!
Na minha opinião, o frio altamente incapacitante, tira a vontade de sair, de se alimentar, de vestir pela manhã, já para não falar de outras vontades… Detesto a chuva mas mais ainda, o frio.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

POR UM MOMENTO DE FAMA


Numa sociedade em que muitos dos valores morais estão ausentes ou totalmente subvertidos, não surpreende ninguém o esforço que indivíduos completamente anónimos fazem por aparecer em diversas reportagens ou programas televisivos. Nem mesmo qualquer causa humanitária os arranca do sofá e interagir. Será que a vida os tornou tão cépticos que não acreditem mais em gestos inocentes ditados por puro altruísmo?
Sempre me surpreende o que certos seres humanos são capazes de fazer para sair do anonimato… Reconheço que existem outras formas mais radicais de o fazer como, por exemplo, morrer de forma violenta… É óbvio que esta opção tem o inconveniente de negar ao próprio “saborear” o seu momento de fama. Uma das vantagens era aparecer em todos os jornais, revistas e noticiários da TV, embora de costas ou de cara tapada… Outra hipótese a ponderar, era matar alguém. O inconveniente é correr-se o risco (embora remoto) de ser preso.
Além destes, existem outros meios menos radicais contudo mais trabalhosos como escrever um livro, compor uma canção que se torne um enorme sucesso, roubar (desviar) uma avultada quantia, ser alvo de suborno (que está na moda) ou cometer qualquer outra excentricidade que possa imaginar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

A LÂMPADA IMAGINÁRIA


Num país onde virou moda frequentar um ginásio, é estranho que um deles feche portas por motivo de insolvência apesar duma suposta  boa gestão financeira. Foi o que aconteceu ao ginásio que frequentava apesar da decadência que já vinha ostentando a diversos níveis. A partir desse dia, apesar de ter pago meio ano de quotas, fui obrigado a procurar outro ginásio que felizmente encontrei mais perto de casa e com a oferta de melhores condições em termos de instalações e ginásio, dispondo ainda de uma ampla piscina.
Com a oferta da pulseira electrónica e da minha impressão digital, de acesso, gosto de imaginar que também me foi oferecida uma lanterna que passei a transportar cuidadosamente, sem nunca a esfregar, desde as máquinas até ao banho turco que finaliza cada sessão.
Até ao momento não me aventurei a esfregar a dita lâmpada. Não sei se por medo de libertar o génio que a lâmpada encerra, se por medo dos três desejos que o génio concede a quem o libertar.

domingo, 10 de novembro de 2019

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


Ter ou não ter opinião em determinado momento e perante os factos divulgados por qualquer meio, é motivo de preocupação. Data já de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos que, segundo um dos seus artigos (Artigo 19º), todo o ser humano tem direito à liberdade de opinião… De acordo com este artigo, qualquer indivíduo tem direito a emitir e divulgar a sua opinião através de qualquer meio… Trata-se de um conceito fundamental comum a qualquer ser humano não subestimando a responsabilidade do autor pelo que escreve e pelas declarações que profere. Divulgar e manifestar o que se pensa é apanágio de todo o indivíduo não omitindo outros direitos que também estão contemplados na DUDH. Portanto, emitir uma opinião sobre qualquer facto, exige muita coragem não subordinada ao credo ou convenção política aliás, qualquer texto exprime apenas um modo de ver e de pensar muito pessoal reservando-se porém o direito a não estar de acordo.
É esse o direito humano que cabe a qualquer indivíduo e sobre o qual assentam as regras da democracia.

sábado, 9 de novembro de 2019

UM PAÍS ASSOLADO POR VAGAS


Vivemos num país assolado por vagas. À partida, não há perigo de tsunami já que se fala em vagas… também era só o que nos faltava! Se é verdade que toda a costa (não confundir com a pessoa) tem sofrido os inconvenientes de um inverno pródigo em vagas alterosas que provocaram imensa destruição, outras vagas nos têm assolado. Durante o verão sofremos o efeito das vagas de calor e agora, em pleno inverno, atravessámos uma vaga de frio e chuva e também, como se isso não bastasse, atravessámos diferentes vagas de corrupção… Estas últimas são as mais perigosas tanto pela sua persistência como pela destruição da economia do próprio país e dos bolsos de toda a gente…
Enquanto que as vagas de calor, do frio ou da chuva persistente assolam o país por curtos espaços de tempo, as vagas da corrupção são recorrentes e, de certo modo, cíclicas. Estou em crer que se trata de um problema social que é despoletado sempre que certos indivíduos atingem qualquer cargo de chefia…

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

A ATRACÃO DO MAR


No passado dia 6 deste mês comemorou-se o centésimo aniversário do nascimento de Sophia Mello Breyner. Uma justa e merecida homenagem dedicada à mulher que ajudou este país a caminhar em frente, só quem não conhece a basta obra da poetisa foi capaz de mudar de canal ou, numa atitude mais radical, desligar o meio de comunicação que divulgou exaustivamente esta homenagem.
Acrescente-se que não é o único gosto em comum, a poesia e o estranho fascínio pelo mar figuram entre os gostos em comum. Com efeito, o mar corre nas veias de todo o português embora “corra” mais nalguns do que em outros… Admito a minha adoração pelo mar mas só à superfície. Adoro o ruído calmante das ondas, o aspecto calmo da superfície do mar que às vezes se exalta, fascina e mete medo.
Gosto do mar mas, de um mar calmo que banhe apenas os pés… o mais longe que me aventurei foi mergulhar nas suas águas pouco acima da cintura. Não é que guarde ainda aquelas ideias de monstros marinhos frequentes na idade média mas o fundo do mar continua um local perturbador propício aos seres marinhos nada propício à manutenção da vida humana…
Gosto de ficar junto ao mar e deixar que o olhar se  estenda até perder de vista as distâncias conhecidas mas só à superfície.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

UMA OPÇÃO ENTRE OUTRAS


Acreditar no destino é apanágio só de alguns salvaguardando o direito a não acreditar. Toda agente já ouviu a célebre frase, é esse o meu destino em relação à vida que se leva…
Não acredito no destino. O destino constrói-se momento a momento, dia a dia à medida que a vida se vai desenrolando. É uma opção que se deve e pode alterar em qualquer ocasião. Acredito que se está sempre a tempo de mudar de rumo.
O destino, na minha opinião, é uma falácia, é apenas uma opção que se escolhe entre várias opções disponíveis para uma dada situação.
Por maiores que sejam os nossos intentos, nunca saberemos aquilo que não sabemos, por isso se desconhece o futuro. Ninguém sabe o desfecho de qualquer situação, tudo depende da opção escolhida.
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