#3 VIAGEM AO MUNDO DA BIMBY EM SETE DIAS

3.º Dia

O dia de hoje prometia ser mais calmo, mas a presença da empregada na cozinha complicou um pouco o meu desempenho.
Como ainda havia sopa de grão com espinafres preparada no primeiro dia e  a sobremesa que sobrou do rolo de carne de ontem, decidi-me por um empadão de carne para aproveitar a que sobrou. A primeira tarefa foi picar essa carne. Depois de executada essa tarefa, comecei a elaborar a receita do empadão.

Comentários:

Cheguei à conclusão de que picar carne na Bimby não compensa quando se pode compra-la já picada no talho. Lavar o copo e acessórias para dar início à receita é uma perda de tempo e como o copo fica muito sujo além da perda de tempo gasta-se energia. Recomendo que se faça carne picada em casa apenas como aproveitamento das sobras de carne já cozinhada.

Seguir a receita do empadão de carne teria sido mais fácil sem a interferência de outras presenças na cozinha… Cheguei à conclusão de que preciso de espaço e concentração para cozinhar, pelo menos enquanto não estou muito familiarizado com a Bimby. Apesar de alguns contratempos, a Bimby continua a aprovar.

#2 VIAGEM AO MUNDO DA BIMBY EM SETE DIAS

2.º Dia

A Bimby continua a surpreender-me (pela positiva). Hoje aventurei-me a fazer um rolo de carne acompanhado com puré. Como sobrou sopa de espinafres de ontem sobrou mais tempo para confeccionador uma ementa mais demorada.

Como sobremesa optei por uma “espuma de frutos silvestres” (à minha maneira). Pois é, já comecei a dar um cunho pessoal às receitas proposta np ABC da Bimby. Haja criatividade!

Comentários:

Comecei por preparar pão ralado com sobras de pão e por picar a carne. Depois foi só juntar os ingredientes e dar a forma de um rolo.

Enquanto foi ao forno, preparei o puré de batatas. Tudo muito simples e intuitivo de acordo com as próprias instruções da Bimby (o meu chefe de cozinha privativo)

Para confeccionar a Espuma de Frutos silvestres usei morangos e apenas framboesas (previamente congeladas). Depois de adicionar o açúcar em pó (moído na Bimby), as framboesas e os morangos, bem como o sumo de meio limão… a Bimby fez tudo o resto! Uma delícia e tudo com óptimo aspecto, basta ver as fotos.

#1 VIAGEM AO MUNDO DA BIMBY EM SETE DIAS

Pode parecer que tenho comissão na venda deste conhecido robot de cozinha mas desde já asseguro que isso não corresponde de todo à verdade. É preciso que fique bem claro que nunca fui um bom cozinheiro e até à data sempre me posicionei entre os céticos quanto à vantagem de qualquer robot de cozinha.

Dentro desta realidade e porque adquiri a bimby, assumi a missão de relatar a minha experiência ao longo de uma semana. Prometo ser o mais isento possível nas minhas opiniões apontando todas as vantagens e desvantagens da sua utilização. Espero deste modo contribuir para o esclarecimento das muitas dúvidas que se põem a quem ainda não se decidiu pela aquisição de uma bimby.

1º Dia

Hoje (terça feira), decidi-me por uma sopa de grão com espinafres, pescada com batata ao vapor e como sobremesa, leite-creme.

Comentários:

A sopa ficou pronta em 20 minutos sem grandes problemas na sua elaboração. Digamos que não seria esta a minha maior dificuldade na ausência da Bimby. A principal vantagem é a ausência de panelas e varinhas mágicas para lavar. Para quem tem pouca experiência nestas lides da cozinha, cozinhar com a nova Bimby é como ter ao nosso lado um chefe de cozinha a orientar-nos passo a passo.

Cozinhar a pescada e as batatas na varoma não teve qualquer dificuldade. Basta seguir os passos que a própria bimby indica para programar a cozedura.

Nunca em dias da minha vida tinha preparado leite-creme. Revelou-se uma tarefa de extrema facilidade. Todo o mérito deste delicioso leite-creme é da bimby já que me limitei a adicionar os ingredientes e ela fez o resto.

DIA MUNDIAL DO SORRISO

Comemora-se hoje o Dia Mundial do sorriso, criado por Harvey Ball em 1963. Recorde-se que Ball é o criador da imagem do smiley, reconhecida internacionalmente.

Por isso, mesmo que não tenha vontade, sorria… sorria sempre!

Aqui vai um sorriso para todos os amigos (as).

OLÁ BIMBY!

Quando entrei na cozinha, dei de caras com ela. Ali estava, em silêncio à espera de ser usada… Para falar verdade, não contava com ela na cozinha logo pela manhã. Ainda não me habituei à sua presença. Sei que ela me podia ajudar na preparação do pequeno-almoço mas o hábito do leite com chocolate e o cafezinho da manhã, falou mais forte. Acho mesmo que lhe vou dar um dia de folga já que ela trabalhou afincadamente no feriado do 25 de Abril. Há outro motivo ainda mais forte para a minha benevolência. O Miguel, que mais uma vez dormiu cá em casa, manifestou vontade de ir comer um hamburger ao shopping… E uma vontade do principezinho é uma ordem para os seus súbditos… Às onze horas da manhã já me estava a perguntar se faltava muito para o almoço… é que já estava com fome, disse-me ele!

SEMPRE A BIMBAR

Daqui para a frente vai ser sempre a bimbar… no bom (?) sentido, leia-se. Isto, porque chegou a minha Bimby. Com a ajuda técnica da Joana pasmem aqueles que (mal) me conhecem!

Fiz uma bola com fiambre, queijo e chouriço

Fiz uma sopinha com curgetes e alho francês,

bifinhos de frango com molho bechamel…

maçã cozida com canela

um suminho de laranja,

gelado de frutos vermelhos

e para principiante... chega!

É PRECISO DORMIR... DORMIR MUITO

Há dias, melhor dizendo, há noites em que não se dorme e não se dorme por não se conseguir parar o pensamento… quem pensa não dorme e quem dorme não pensa. Quem muito pensa não dorme e quem não dorme não descansa o corpo nem a alma… Como diria Marla Queiroz, "Às vezes é preciso dormir, dormir muito. Não para fugir, mas para descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente. Inteira."

Há dias em que os olhos vêem, os pensamentos correm e geram emoções que não deixam a alma descansar…

Há dias (e noites) assim…

DIA MUNDIAL DO LIVRO

Comemora-se hoje, 23 de Abril, o Dia Mundial do Livro por decisão da UNESCO na sua XXVIII Conferência Geral realizada em Novembro de 1995. E porquê este dia e não outro? A Razão desta escolha relaciona-se com a data em que morreram alguns dos escritores consagrados como Miguel de Cervantes, William Shakespeare entre outros.

Avesso como sou e aos “Dias Mundiais de qualquer coisa” é provável que se estranhe o enfatizar esta comemoração. Não é o dia em si que me merece especial atenção mas sim o espírito que lhe está subjacente. A criação deste dia teve como principal objectivo promover o prazer da leitura, a publicação de livros além da protecção dos direitos de autor…

É pena que os portugueses (independentemente da crise) seja um povo com poucos hábitos de leitura. Embora a escola tente suprir esta lacuna em muitos casos, já vai tarde. O hábito de ler deveria ter sido incutido em meio familiar pelo menos durante a infância. De facto, quem lê, escreve melhor e possui maior fluência verbal o que lhe permite uma grande elasticidade mental…

QUASE UMA ORAÇÃO

Existem diferentes formas de rezar e é um erro crasso pensar que só são boas aquelas orações que cada religião ensina. Uma boa oração é aquela que nos coloca, em comunicação com Deus (seja Ele quem for), que nos traz aquela paz interior, que nos eleva espiritualmente até Ele. Esse estado de espírito consegue-se olhando uma qualquer obra de arte que nos agrada ou espraiando a nossa visão por uma bela paisagem. Vou mais longe ao afirmar que este estado de espírito se consegue através de uma música que nos sensibiliza ou da leitura de um belo texto (não forçosamente religioso). Sou particularmente sensível a estas formas de rezar em detrimento das tradicionais Avé Marias e Pais Nossos…

Há dias encontrei este belo texto de Mário Quintana que só por si é quase uma oração e não resisti a partilhá-lo com quem se sentir tocado por ele.

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas numa pessoa, o risco de decepção é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como também não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar… bastar-nos sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos consciencializar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas completam-se… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objectivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de si, a cuidar de si, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

ÀS VOLTAS COM O IRS

Muito caladinho, eu…? Nem por isso. Não imaginam a verborreia que aqui foi enquanto tentava fazer o download da declaração do IRS…! Só que o tipo de linguagem não era o mais aconselhável para um blog não interdito a menores e a pessoas com ouvidos mais sensíveis… Tudo isto porque, como bom português (que sou), deixei para a última da hora o preenchimento da declaração de IRS. Conclusão, surgiram imprevistos e como a data limite se aproxima começaram as dores de cabeça. Depois de falhar o download por falta do programa Java, os problemas continuaram devido a incompatibilidades do browser… nem faço uma ideia muito precisa do que isso seja… Graças à minha teimosia, consegui instalar o dito programa e posteriormente o download da dita declaração de IRS mas o programa dava sempre erro quando pretendia gravar as alterações. Acabei por descobrir que só conseguia gravar se fizesse o download para o ambiente de trabalho… mas esta descoberta demorou horas!

Na minha opinião, o preenchimento da declaração do IRS via Internet não acarreta grandes dificuldades visto que a maioria dos dados de quem trabalha por conta de outrem já estão pré-preenchidos além de evitar longas filas nas Finanças. Para quem é organizado como eu, tendo todas as “contas” já feitas numa tabela de Excel, o preenchimento é rápido e nada desgastante comparado com o preenchimento em papel. Não fora a necessidade de ser um expert em informática para aceder ao programa, nada intuitivo diga-se, não havia necessidade de tanta dor de cabeça…!

A MODA DOS CABELOS GRISALHOS

Ao que parece, este ano estão na moda os cabelos grisalhos. A confirmá-lo está o número considerável de celebridades que assumiram os seus cabelos brancos ou por ainda os não terem, pintaram o seu cabelo de grisalho. Como exemplo temos a top model Kate Mosse, Jamie Lee Curtis e muitas outras. Se para as mais “velhas” esta moda acabou com a chatice de pintar o cabelo, o mesmo não se passa com as mais novas, pois a tendência é tingir o cabelo em tons de cinzento igual ao que naturalmente usavam as nossas avozinhas…

Como explicação para o surgimento desta moda, há quem aponte o exemplo de Meryl Streep ao interpretar a editora de moda Miranda Pristley em O Diabo Veste Prada e mais tarde o de Kate Moss… Claro que tiveram de recorrer à pintura para obterem o que por natureza ainda não possuíam. Isto de ter cabelos brancos depende da idade e principalmente da predisposição genética. Na minha família, por exemplo, o aparecimento de cabelos brancos, é normal logo a partir dos 20 anos. Rivalizando com Meryl Streep posso mesmo afirmar que tanto a minha mãe como minha irmã, foram as precursoras desta nova moda na cidade do Porto há muitos anos atrás. Como bom filho que sou, não podia fugir a esta herança genética e, finalmente… estou na moda!

Mas não se pense que isto de ter cabelos brancos não requer alguns cuidados. Para manter o tom prateado e evitar que amareleça por efeito do sol e da poluição, existem champôs específicos que devem ser usados regularmente.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA... E JÁ VÃO ONZE

Desde o início deste ano, já é de onze o número de mulheres mortas pelo companheiro (JN 16-04-15). O último caso, ocorrido numa pastelaria de Alijó, é apenas mais um a comprovar uma triste realidade sobre a sociedade em que vivemos. Segundo o assassino confesso, o motivo que o levou a assassinar a namorada e uma prima desta, foi o não aceitar o fim de um namoro (de seis meses!). "Não é minha não é de mais ninguém" declarou esta besta… Não se encare este termo como um insulto mas apenas como constatação da condição humana do indivíduo…

Não há dúvida de que vivemos numa sociedade predominantemente machista onde o homem encara a mulher como propriedade sua e a reduz à condição de mero objecto.

Daí que, para certos indivíduos, o ser abandonado pela companheira é motivo de vergonha e fere a sua condição de macho dominante. Não é preciso chegar ao extremo da agressão física para se considerar que existe violência doméstica. Ao contrário do que muita gente pensa, a violência psicológica também é violência doméstica. E esta é mais frequente do que se julga por ser mais silenciada sendo o início de um longo “ciclo de violência doméstica”.

Sendo a violência doméstica uma violação dos Direitos Humanos é considerada um crime público. Cabe à vítima ou a cada um de nós que dela tenha conhecimento, apresentar queixa na Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana, Ministério Público, Instituto Nacional de Medicina Legal, Polícia Judiciária. Desta forma estaríamos a contribuir para travar a acção destas perfeitas bestas humanas também elas vítimas de uma educação machista ou de distúrbios da personalidade…

NUNCA TE DISTRAIAS COM A VIDA

Tinha prometido a mim mesmo não me distrair de comprar o livro de Manuel Forjaz –“Nunca te distraias da vida”. Na realidade acontece que me distraí. Por vários motivos de ordem pessoal acabei mesmo por me esquecer desta promessa. Bastou uma publicação no facebook para tomar consciência da minha distração. “Nunca te distraias da vida” diria Miguel Forjaz. Pessoalmente prefiro dizer: Nunca te distraias com a vida. A vida tem destes artifícios, distrair-nos com bagatelas que não valem nada em detrimento das coisas e pessoas que realmente interessam e nos fazem falta.

É impressionante a importância que damos ao dinheiro, ao romance, à saúde e ao reconhecimento dos outros. Porém, quando a morte se aproxima, aprendi à custa das minhas observações que o queremos é: o sorriso de nossos entes queridos, o carinho, atenção e o apoio dos amigos verdadeiros, a vida de volta para aproveitarmos o que nosso coração deseja.

Agora eu pergunto: O que seria importante para si, se por acaso a vida lhe desse mais uma chance para viver? (William Shakespeare)

O BEM E O MAL

Como dizia o Marquês de Maricá, O mal ou bem que fazemos aos outros reverte sobre nós acrescentado. Isto não é outra coisa senão a conhecida e infalível lei do Karma.

Há comportamentos e coisas que se fazem ou se deixam de fazer que magoam profundamente as pessoas com quem se convive. E não se pense que, para fazer mal a alguém, é preciso pegar numa moca e zás, dar com ela na cabeça de quem estiver por perto… pronto, já está. Ou então disparar um tiro certeiro… já eras. Às vezes, basta uma palavra não dita na altura certa, a ausência de um gesto de carinho… Não fazer bem já é uma forma de fazer mal a alguém.

Sem que se tome plena consciência, não é raro provocarem-se mágoas e ressentimentos que ao longo do tempo vão minando e acabam por destruir a mais sólida das relações humanas.

OS PORTUGUESES SÃO UM POVO MAL-EDUCADO?

«Os portugueses são um povo completamente mal-educado». Quem o afirma é a jornalista e escritora Marisa Moura. Sem cair na tentação de generalizar, sou tentado a concordar com esta afirmação. Frequentar um qualquer espaço público é o suficiente para observar alguns dos comportamentos comprovativos da má educação. Um ginásio, como espaço público que é, permite uma amostragem bastante representativa de vários extratos sociais. Sendo frequentado maioritariamente por “malta” jovem, é possível observar alguns dos comportamentos que vêm dar razão à afirmação da escritora. De um modo geral, esses jovens conversam num tom de voz exageradamente alto o que revela falta de respeito pelos demais utentes que seguramente não estão interessadas em escutar as suas conversas geralmente vazias de conteúdo ou demasiado pessoais. O mesmo se passa quando falam ao telemóvel… De facto, é inacreditável o número de pessoas que falam exageradamente alto em qualquer espaço público sem terem a menor consciência de que o fazem. Além de falarem aos berros, não fazem parte do seu vocabulário palavras como desculpe, por favor e obrigado. Ignoram por completo a necessidade de pedir licença para passar ou segurar a porta para quem vem atrás… estes são apenas alguns dos muitos exemplos que se podem observar.

Na sua obra mais recente, “O que é que os portugueses têm na cabeça”, a jornalista Marisa Moura faz um retrato contundente do povo português e demonstrativo da falta de educação do mesmo. Vale a pena ler e, se preciso for, alterar alguns dos nossos comportamentos…

QUEM ME DERA SER...

Quem me dera ser perfeito, não como aqueles que pensam que o são, mas tão perfeito, tão perfeito, que até me brotassem asas de alguma daquelas borbulhas que tenho nas costas… Seria tão perfeito, mas tão perfeito, que diria a cada um sua verdade: tu és feio, tu és gordo, tu és tão bronco que até assustas os penedos,… Quem me dera ser tão perfeito que tivesse o discernimento de o não ser… em todas as ocasiões em que não se pretende a perfeição…

Quem me dera não ser tão perfeito ao ponto de gravitar a um nível tão alto que ninguém possa alcançar… Quem me dera!

Eu só quero a perfeição do comum dos mortais e não aquela que outros olhos esperam ver em mim…

A LÍNGUA PORTUGUESA É MUITO TRAIÇOEIRA

A toda a hora esta nossa Língua de Camões prega-nos partidas originando confusões algumas delas bastante embaraçosas… Dizer que hoje, cá por casa, vai haver uma bimbalhada, seria motivo para toda a vizinhança ficar aterrada… É que, de acordo com o dicionário de Língua Portuguesa, bimbalhada seria o toque ou repique simultâneo de muitos sinos. Felizmente o único sino que existe cá em casa, embora de metal, tem apenas cerca de 8 cm e mal se ouve a repicar. O que realmente aconteceu foi uma demonstração do célebre robot de cozinha, a Bimby que já mora em casa de minha filha e agora começou a insinuar-se quererendo entrar na nossa cozinha. Ultimadas as compras de alguns ingredientes ainda em falta e com tudo disposto em cima do balcão da cozinha, ficámos à espera da demonstração.

Depois de instalada, a demonstradora pôs todo o pessoal a Bimbar… Aqui a confusão é ainda maior e mais embaraçosa… Segundo o dicionário, bimbar significa copular, fazer sexo. Ora isso não aconteceu de todo na nossa cozinha…

Com todos os ingredientes à mão, foi preparada uma sopa gourmet deliciosa, bacalhau com natas, gelado de morango para a sobremesa e ainda tarte de frutos variado.

E pronto, venceu a Bimby. Foi feita a aquisição. Agora só me resta tornar-me um cozinheiro de primeira.

O PRIMEIRO DIA DE ESCOLA

Por um daqueles impulsos saudosistas incontroláveis, como é vulgar acontecer ao comum dos mortais, adquiri os livros da minha “instrução primária”. Eram assim designados os quatro primeiros anos de escolaridade. De todos esses livros, o que mais me ficou gravado na memória foi o da 1.ª classe. Como acontece na vida de qualquer criança chega sempre o dia de ir à escola pela primeira vez. É um dia de alegria para uns, de tristeza e receio para outros. À alegria de fazer novas amizades e da brincadeira no recreio, junta-se o medo de enfrentar o desconhecido… Seja ele qual for, estes sentimentos fazem do primeiro dia de escola um dia inesquecível. São imagens que ficam gravadas para sempre nas nossas memórias de infância. Recordo, embora vagamente, o meu primeiro dia de escola e devo confessar que não é de todo uma memória muito gratificante. Lembro-me de acordar mais cedo para tirar uma fotografia que ficaria para a posteridade… O cenário escolhido foi o jardim público que ficava ao lado do prédio onde morava. O fotógrafo, meu pai, mandou-me sorrir. Sorri, mas por dentro o receio do desconhecido apertava-me o estômago. Foi a vez de a minha mãe me acompanhar até ao portão da escola onde me deixou entregue à minha sorte. Como não conhecia ninguém e devido à minha peculiar timidez, não fiz amizades nem brinquei com ninguém. A campainha tocou e lá fui atrás dos outros para a sala de aula. Lembro-me perfeitamente do meu primeiro professor. Creio que se chamava António Branco e era autor de livros escolares. Era um homem um tanto distante mas de uma estrema bondade o que me permitiu afrouxar um pouco o nó que sentia na no peito e no estômago. Como primeira tarefa, mandou-nos fazer um desenho talvez com o intuito de nos ajudar a descontrair. Algumas crianças ainda choravam desde o momento que as mães as tinham deixado na escola. Eu não chorei. Há muito que tinha “aprendido” que um homem não chora e que isso era coisa de mariquinhas. Desde aí, passei a chorar por dentro já que toda a criança tem necessidade de chorar para crescer e há sempre uma criança que permanece dentro de cada um de nós…

REENCONTROS

Se há coisas que prezo e gosto, uma delas é reencontrar amigos que há muito tempo não via. Assim como a vida nos leva por diferentes caminhos obrigando-nos a afastamentos indesejados, também me proporcionou há dias o reencontro com uma velha e grande amiga do tempo de juventude e mais recentemente, um casal que para além de terem sido nossos vizinhos em Viseu, se tornaram grandes amigos.

É já um velho cliché dizer que a amizade não conhece distâncias nem esmorece com longas ausências. A prova-lo, está aquela sensação de mútua alegria aquando de um reencontro com amigos. A conversa flui saltaricando entre temas antigos e outros mais recentes que desconhecíamos. Os olhos regalam-se a admirar aqueles rostos algo alterados pelo passar dos anos mas sempre tão presentes na nossa memória. No fim, fica a promessa de novos encontros, promessa que muitas vezes não passa disso o que não significa um esmorecer da velha e grande amizade. Na verdade, há esse tipo de amigos que, apesar da distância ou do tempo em que não nos vemos não resta a menor sombra de dúvida de que nunca deixarão de o ser. Não importa o quanto tempo estivemos afastados mas em cada reencontro voltam aqueles momentos que, pela sua importância, ficaram registados para sempre nas nossas memórias.

PRÓS E CONTRAS DAS ROTINAS

Até certos limites, sou adepto de rotinas. Ao que parece, a introdução de rotinas no dia a dia pode trazer benefícios ao nível do organismo na medida em que, ao dar a sensação de segurança, evita a ansiedade e consequentemente o stress … A implementação de rotinas diárias nas crianças é fundamental porque permite que se desenvolva uma certa estabilidade no seu ritmo biológico. Ao estabelecer um horário adequado para as refeições, estudar, acordar e deitar diminuem os conflitos na relação pais-filhos evitando-se assim muito do stress entre ambos…

Por outro lado, ficar demasiado preso às rotinas também pode ser uma fonte de angústia quando, por qualquer razão, elas são quebradas. Por circunstâncias várias, o Miguel habituou-se a dormir cá em casa estabelecendo assim uma espécie de rotina. Porque hoje teríamos de levar o carro à revisão, fomos forçados a quebrar essa rotina o que se traduziu por uma certa angústia para ambos… Este é um exemplo do mal que pode causar deixar que se instalem determinadas rotinas sem a prévia mentalização de que um dia poderão vir a ser quebradas…

Como disse, defendo a existência de rotinas no nosso dia a dia mas dentro de certos limites. Que elas não nos conduzam à estagnação e nos impeçam de reagir adequadamente perante os imprevistos da vida e sobretudo que não venham a ser motivo de desilusão e angústia….

E AGORA? JE SUIS QUOI?

Quer se concorde ou não com a política editorial do Jornal Charlie Hebdo, nada justifica nem desculpa o acto de terrorismo perpetrado contra os seus editores e respectivos funcionários. O mundo, ou pelo menos a Europa, indignou-se proliferando por vários países manifestações de apoio e repúdio por um tal acto de pura barbárie… Todas estas iniciativas foram amplamente divulgadas e comentadas pelos meios de comunicação do mundo inteiro. Ninguém esqueceu ainda este atentado terrorista. É bom que não se esqueça do que é capaz o fundamentalismo seja de que natureza for. A questão é saber porque tão depressa se esqueceu o atentado perpetrado por quatro indivíduos ligados ao grupo islâmico somali shebab à universidade de Garissa situada no leste do Quénia em que perderam a vida 148 pessoas maioritariamente jovens estudantes… Será o Quénia assim tão distante que não nos toque de perto esta atrocidade e nos impulsione a tomar atitudes de repúdio?

HOMENAGEM?!

A queda (intencional) do Airbus A320 nos Alpes franceses, veio recordar a queda do Boing 727-282 do voo TP425 em 1977 no Funchal, além de reavivar velhas feridas jamais completamente cicatrizadas, não que entre as causas que estiveram na origem destes dois desastres exista qualquer analogia mas pela tragédia em si.

Embora não seja esta a versão que conheço do acidente (Outra versão) e porque nunca foi prestada a devida homenagem aos pilotos nem às restantes vítimas deste acidente, tomo como homenagem a entrevista feita no Jornal da Noite da SIC deste domingo (Reportagem da SIC) às filhas dos dois pilotos, Rita Tamagnini (minha sobrinha) e Patrícia Lontrão. Onde quer que estes pais se encontrem, estarão orgulhosos das suas meninas.

BRINCADEIRAS DE CRIANÇA

Com o passar dos anos a gente cresce, o corpo muda, a maneira de pensar altera-se (evolui?). Já por mais de uma vez confessei que, apesar de ter crescido e mais tarde envelhecido, conservei sempre em mim a criança que fui. Por longos anos permaneceu adormecida a tal ponto que cheguei a esquecer-me da sua existência até ao dia em que o Miguel a despertou… Sempre que estamos juntos, atrevo-me a soltar essa criança e os três brincámos despreocupadamente, sem tabus nem sentido de conveniência…

Nestes dias em que o Miguel tem andado cá por casa, a criança andou à solta, correu, saltou, brincou na companhia do Miguel e da Ritinha… Há dias em que a criança sorri, parece feliz… Ontem foi um desses dias em que a criança brincou, correu, saltou,… parecia feliz!

Há dias assim.

TODOS OS GATOS SÃO PARDOS...

PODIA TER ESCRITO UMA TRETA QUALQUER

Podia ter escrito uma treta qualquer para publicar aqui mas este Blog não é um blog de tretas. Pelo menos não foi criado com essa intenção. Tampouco é um daqueles blogs que revelam profusamente a veia literária dos seus autores. Como já deve ter dado para entender, é apenas um blog que revela alguns dos meus pensamentos, nem sempre os mais íntimos. Esses guardo para dizer pessoalmente…

Podia ter escrito uma treta qualquer como acontece em blogs com enorme sucesso a julgar pelo número de seguidores e visualizações… podia dizer que a tarde de ontem foi dedicada a um passeio de autocarro à baixa com o Miguel, um almoço no McDonald's do Via Catarina, que comprei um par de sapatos, coisa que há muito tempo não fazia e que, como é do conhecimento geral, tenho a mania de fazer… Podia relatar todas estas trivialidades com grande pormenor e construir um grande texto para publicar aqui, mas resisti à tentação. E se publicasse a fotografia dos sapatos…?! O número de visualizações com toda a certeza aumentaria exponencialmente…

Podia ter escrito uma treta qualquer mas optei por o não fazer. Quando não se tem nada de importante para dizer, mais vale ficar calado…

Há dias assim.