Se lhe
perguntassem qual o seu maior defeito saberia dizer qual é sem hesitar? A
pergunta já é um cliché nas entrevistas de emprego daí a sua pertinência. É normal
sentir alguma dificuldade em reconhecer que se tem defeitos. É que aos nossos
olhos somos perfeitos, não temos defeitos e mesmo reconhecendo que os temos,
ninguém se sente confortável a falar dos seus defeitos.
Quer do
ponto de vista social quer do profissional, todos temos defeitos, o difícil é
identifica-los e mais ainda catalogá-los.
Foi com
esta pergunta que me confrontei hoje nem sei a propósito de quê. Tenho de
admitir que tive dificuldade em identificar o meu maior defeito na mesma media
em que a sentiria se me pedissem para identificar a minha maior qualidade. Qualquer
defeito, aliás como qualquer sentimento, em determinadas circunstâncias pode considerar-se
uma qualidade e vice-versa. Catalogar um sentimento como defeito ou qualidade é
tarefa altamente subjectiva. Estou a lembrar-me, no meu caso, do perfeccionismo.
Ser perfecionista pode ser uma qualidade em determinada profissão e ao mesmo
tempo, ser um defeito no âmbito familiar. Mas não será esse o meu maior
defeito. Depois de criteriosa introspecção, cheguei à conclusão de que é o
orgulho. Neste momento estarão a relacionar orgulho com o seu lado mau, isto é,
nariz empinado, complexo de superioridade, desprezo pelos outros, …. Ora, como
todos os sentimentos, o orgulho vale o que vale, ou seja, não é mau nem bom. A
forma de o expressar é que faz toda a diferença.
O meu é mais um orgulho estilo inglês Pride que se traduz por um forte sentido de dignidade. É aquele orgulho que sufoca o grito de dor, que seca as lágrimas nos olhos, que amordaça o pedido de ajuda quando é mais preciso. Enfim, é um orgulho no seu melhor, que não chateia e que nos poupa ao sentimento de piedade.
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