Toda a gente sabe que os homens são feios
Mas os maridos das outras não
diz a
canção de Miguel Araújo.
E remata com os versos,
Porque os maridos das outras são
O arquétipo da perfeição
O pináculo da criação.
Dóceis criaturas, de outra espécie qualquer
Que servem para fazer felizes as amigas da mulher.
Sempre me ocorrem ao pensamento estes
versos a propósito dos elogios que invariavelmente as senhoras aproveitam para
tecer ao marido de uma outra amiga ausente. É frequente vir à baila todo um rol de qualidades que
sabemos não existirem porque, conhecendo ou não o dito cujo, a nossa
experiência de vida nos diz ser impossível tal harmonia conjugal principalmente
ao fim de uns bons anos de convívio. Quase receio que se ouçam as estridentes gargalhadas interiores (sim porque também existe o riso interior) que tais elogios me despertam.
Ninguém é perfeito e
muito menos aos olhos daqueles que mais de perto convivem connosco. Todos
sabemos que manter em equilíbrio um relacionamento não é tarefa fácil. E não se
pense que as reclamações das “camas por fazer, as mesas por levantar, o jantar
por fazer, a falta de mimos e atenções” fazem parte apenas do universo
feminino. Já muitas vezes as ouvi saídas da boca de alguns homens. Talvez não sejam o arquétipo da perfeição...
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