Todos os dias havia uma flor. Invariavelmente, todos os
dias, à mesma hora, havia uma flor. Bem, nem todos os dias e nem sempre à mesma
hora... mas havia uma flor, sempre diferente, sempre bela, sempre... uma flor. Na
verdade, às vezes a flor faltava, fosse porque não havia florista por perto,
porque algum olhar indiscreto não permitia o segredo ou por falta de vontade,
mas quase sempre havia uma flor... E as flores têm aquela estranha magia de
expressarem sentimentos, têm uma linguagem secreta que, sem falar, dizem tudo.
Ninguém sabia ao certo de onde vinha nem a quem se destinava, aliás ninguém sabia que havia uma flor. Era um segredo apenas entre quem a recebia e quem a oferecia.
Subitamente, fosse qual fosse a razão, sem que nada o
fizesse prever, deixou de haver uma flor, o que não é de todo verdade. A flor
ainda lá está, seca, murcha, sem cor, sem vida, mas ainda uma flor que para sempre será guardada e aguardada. É que há palavras que são como as flores de tão coloridas e perfumadas…
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