Viajar
pelo interior do país, além de nos permitir desfrutar de belas e variadas
paisagens, possibilita-nos por vezes deparar com cenas do quotidiano que para
além de caricatas encerram todo o dramatismo da interioridade…
Ver alguém,
vergado pelo peso da idade, sentado no banco de uma estação desactivada há já alguns
anos como quem espera um comboio que jamais virá, além de desconcertante deu-me
que pensar. Na verdade, passamos a vida à espera de qualquer coisa, seja o que
for mesmo sabendo que não vai acontecer.
Diz-se
que a esperança é a última a morrer. Talvez por isso a gente espera mesmo
sabendo que nada do que se espera acontecerá. Não há dúvida de que a vida seria
seguramente menos complicada se não se esperasse nada, mas a gente espera.
Faz
parte da vida esperar. É o que nos mantém vivos enquanto se espera a morte
chegar, neste caso, que venha tarde… Afinal sempre se espera.
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