Ter ciúmes é
normal, dizem. É normal sentir receio de perder o que se tem e aqui é que
reside o cerne da questão, o ter medo de perder o que se tem… Na realidade nada
nos pertence em definitivo assim como não pertencemos a ninguém. Tudo nos foi
emprestado para usufruirmos durante esta vida.
Se eu tenho
ciúmes? Claro. Como diria o meu amigo João Negreiros, "Tenho um ciúme
doido de quem não tem medo de perder o que tem". Sim já tive ciúmes até ao
dia que compreendi que “controlar o outro é
exactamente o impossível por isso descontrolo o outro para que a minha
influência seja o que quero para mim”.
Ter ciúmes é
normal, dizem. Dizem para se desculpar do doentio sentido de posse, da falta de
capacidade para o desapego. Mas também o desapego tem os seus perigos. Se muito
praticado, corre-se o risco de o ténue elo de ligação se quebre ao mínimo sopro
de uma contrariedade na relação. Tudo tem o seu perigo quando em excesso…
Ainda assim tens
ciúmes?
“Tens ciúmes do namoradinho, és parva.
Tens ciúmes do primo que tinha mais brinquedos, és um triste.
Tens ciúmes da bandeira de outro país, emigra… palhaço.
Tens ciúmes da gaja boa… vai pôr umas mamas.
Tens ciúmes do carro do Armindo… vai tirar o passe.
Tens ciúmes porque é giro, arranjaste um par de cornos.
……….
“O ciúme é o caroço do amor. É por isso que só como
fruta partida e sem casca.”In "O Manual da Felicidade" de João Negreiros
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