Pensar que tudo está
resolvido, que tudo ficou para trás e que não volta a repetir-se é ser muito optimista
ressalvando aquilo que volta do passado recente ou mais longínquo. Agora que
tanto se fala no ensino à distância, no renascer da velha telescola e nas aulas
presenciais, recorda-me o meu primeiro dia de aulas. Tenho ainda bem presente aquela
ansiedade receosa perante o desconhecido, o enjoo matinal que me impedia saborear
o parco pequeno-almoço, a fotografia que ficou a assinalar a importância desse
dia…
Mais tarde, como pai e
avô, reapareceu a mesma angústia com origem na incerteza de cada vez que um dos
deles principiava a vida escolar.
Finalmente, com os filhos
criados, esperava poder respirar de alívio e não voltar a sentir aquela velha
angústia… Mas não. Ainda não foi com o fim de semana que terminou o estado de
emergência que essa sensação de angústia terminou perante o estudo à distância,
a reabertura dos jardins de infância etc,… Nem quero relembrar a dor quando os
pequenitos nos olham com aquela carita como quem pede socorro fazendo-nos
sentir remorsos por os abandonarmos aquele destino…
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