Só ao fim de muitos
anos é que me apercebi que, no dia-a-dia, raramente erguia os olhos do chão
para olhar o céu. Houve um tempo em que se justificava, focava o nível do chão por
usar óculos bifocais que permitiam contornar os diferentes “obstáculos” que se
encontravam no caminho (buracos, passeios estreitos, trânsito em contramão
habitual na rua onde moro bem como os dejectos caninos abandonados por todo o
lado, …
Actualmente, livre dos
óculos, dei por mim a contemplar o céu que afinal sempre esteve lá sobre a
minha cabeça tingido das mais variadas cores que se possam imaginar ou
simplesmente de um azul… celeste. Apesar da altura irregular dos edifícios e
das ruas mais ou menos estreitas, existe sempre um céu lá no alto à espera de
ser contemplado. Tomar consciência deste facto, seguramente torna a vida menos
sombria, menos cinzenta. Até o “astral” melhora ao erguer os olhos do chão dirigi-los
para o céu. Fica o aviso, não cura todas as dores… mas ajuda.
Numa época em que a crise económica causada por um vírus invisível
ou seja lá por que raio for, mas que teima em nos separar do que dá mais prazer
e de quem mais se gosta, uma coisa nos consola, ainda nos resta olhar o céu…!
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