Há dias em que, enquanto
se preparam as pequenas refeições, o pensamento esvoaça incontrolável por onde
quer ir, esse é o grande mal… A partir deste, pensa-se que é indiferente carregar
de manteiga ou pôr demasiado mel na pouca quantidade de pão que o acompanha,
excitar as glândulas gustativas semiadormecidas com o exagero de condimentos,
beber até cair (força de expressão) bebidas alcoólicas proibidas pela
totalidade dos médicos?
Comer e beber tudo o que
dizem que faz mal, além de ser um desafio, leva a que se pense, afinal o que há
a perder…?!
Não há nada que possa
fazer pior do que a vida já fez… Quem não tem nada a perder, já está perdido.
Fomos criados numa
sociedade competitiva mas quem nunca perdeu ou irá perder pessoas, amores,
amigos, sonhos, ideais…? Não quero com isto dizer que não se deva lutar pelos sonhos
e ideais do passado ou do futuro que se adivinha. Contrariamente ao que dita
essa sociedade, deve cultivar-se o hábito de perder. Só não tem nada a perder
quem já perdeu tudo. Perdido o passado que ficou lá atrás, a vida que se foi,… ganha-se
uma outra vida mas, fica sempre a dúvida, será que a nova vida compensa a que
se perdeu?
Há dias em que se pensa
mais na vida que ficou lá atrás…
Há dias assim.
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