Há dias em que tudo
corre mal, tudo em que se toca se transforma num verdadeiro desastre cujas
consequências invariavelmente caem sobre si. São dias em que nada dá certo e
mais valia recolher ao leito ou não sair de lá rezando a todos os santos para
que o tecto não nos caia em cima.
Para onde quer que vá,
onde quer que se esconda, os pensamentos lá estão como se tivessem adquirido
vida própria e mais ninguém os conseguisse controlar, nem mesmo o próprio. Dizia
Buda com alguma propriedade, «nem os teus piores inimigos conseguem fazer tanto
mal como os teus próprios pensamentos». Mas quem pode travar o pensamento?
O pior é quando se é o pior
dos inimigos…! Por incrível que pareça isso pode acontecer. Nesse caso a quem
atribuir a culpa do pior que pode acontecer?
Onde encontrar um bode expiatório para tanta desgraça que
acontece?
Há sempre um dia em que
se deseja todo o mal ao pior dos inimigos, não desejar é uma pura balela que
nos impingem desde cedo. Cá está um ditado que não dá certo ou, se calhar, requer
mais esforço da minha parte. Ao fim de algum tempo em que o mal se repete,
porque não desejar o mesmo ao pior dos inimigos? Porque não?
Há dias em que não se deseja
o mal que nos assola, nem ao pior dos inimigos.
Há dias assim.
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