Não é muito normal não
gostar de futebol numa época em que até as mulheres estão a aderir ao desporto
rei. Admito que já tentei gostar de futebol atenção ao irmão, padrasto, à sociedade em geral mas não resultou.
Nunca gostei verdadeiramente de futebol. É claro que fico contente quando o resultado dos
jogos da selecção são favoráveis e pouco mais, o que é legítimo que se confunda
com patriotismo. Descobri que afinal não gosto de futebol, pelo menos ao ponto
de sacrificar qualquer outra tarefa ao chamado desporto rei. E não é por
pertencer ao género masculino que vou forçar-me a gostar de futebol só porque
toda a gente acha que devo gostar.
Ando enjoado de tanto
futebol. Assumo publicamente que não gosto de futebol e pronto. Além dos jogos,
sou “obrigado” a ouvir os comentários, sempre discutíveis, dos comentadores
desportivos, sejam eles de que clube forem.
Ouço os gritos dos
vizinhos numa situação de perigo ou perante os golos marcados pela nossa
selecção ou a adoptada e continuo calmamente a ver o filme da semana sem que me
entusiasme sobremaneira esse ou qualquer jogo. O máximo que faço é mudar
momentaneamente de canal para me assegurar do resultado.
Não empreendo qualquer campanha
contra o futebol em casa ou no círculo de amigos. Cada um é livre de gostar e
de pensar, logo que não interfira com outrem. Admiro a coragem dos que
aproveitam esses 90 minutos de jogo para executar outras tarefas, quanto mais
não seja, passear o cão no espaço destinado pelo condomínio.
Vem-me à memória aquelas
tardes junto ao rio e as curtas viagens de automóvel embalado pelo relato
infindável de qualquer clube de futebol de que nem me lembra o nome. Acho até ridículo
o entusiasmo exacerbado por qualquer clube, falar durante horas no
profissionalismo ou na vida privada de determinado jogador ou então de um jogo
que já aconteceu.…
Qualquer fanatismo,
seja ele qual for, dá-me volta às entranhas…
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