Durante muito tempo
considerei que havia correspondência directa entre calor e frio, isto é, achei
que sentir frio ou calor eram sensações que de certo modo se equivaliam. Considerava
por isso puro egoísmo expor alguém à corrente de ar sabendo que a sua saúde se
encontrava fragilizada e podia desenvolver uma pneumonia. A exposição a
situações de frio, pensava eu, traria efeitos negativos para a saúde como o agravamento
de infecções respiratórias já existentes, infecções cardíacas ou na melhor das
hipóteses, simplesmente uma gripe… Na ausência destas complicações, mais
camisola, menos camisola, serviam para enfrentar o frio “polar” e os “calores”
que era forçado a partilhar.
Conhecia até através da
profissão adquirida que temperatura e calor nada têm a ver um com o outro. São
conceitos completamente diferentes. Enquanto a temperatura do corpo humano se
pode fazer variar através do suor, maior ou menor movimento e mais ou menos agasalhos,
o calor, como forma de energia térmica que é, torna-se difícil erradicar do
corpo ou do ambiente.
Foi preciso sentir o
calor do ginásio e depois de alguma reflexão que cheguei à brilhante conclusão
de que é mais difícil perder calor do que o ganhar, até pelos mecanismos de
defesa do organismo humano.
Não descurando a
importância das alterações climáticas que se alastram por esse mundo fora, recordo-me
que a situação de frio intenso que hoje vivemos nada tem de inédito. O “tempo”
instável, não se falava ainda em clima, era normal nesta altura do ano. A baixa
temperatura bem como a ocorrência de aguaceiros em pleno verão não eram então
motivo de admiração. Não é muito comum e nisso estou de acordo com o IPMA, a
persistência destas condições climatéricas durante um tão longo período de tempo…
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