Um velho costume que
hoje recordo com saudade era, sobretudo ao domingo, dar uma voltinha de carro com
a família. Geralmente era o final de um passeio por uma das zonas mais bonitas a
que se chama Foz. Soube mais tarde que esse era o passeio dos tristes. Na época
não conseguia perceber quem eram os tristes, se os que se deslocavam até essa bonita
zona do Porto ou quem circulava no Passeio Alegre. O semblante quer duns, quer
doutros era o bastante para lançar a confusão. Não fugirei muito à verdade se disser
que esta designação assentava como uma luva aos que se deslocavam como eu conduzidos
até à Foz.
Actualmente, existem os
Centros Comerciais para absorver essa onda humana especializada em fins de
semana ou “pontes” mas nesse tempo havia apenas o chamado Passeio dos Tristes que
felizmente ainda não passou de moda. Seja pelo preço dos combustíveis ou pelos
baixos salários é até onde o carro nos conduz…
Fechando os olhos
consigo ouvir no nosso autoritário ou no do vizinho aquela voz que fazia o
relato do futebol o que felizmente travava qualquer tentativa de conversa… vejo
ainda os dois pequenitos a brincar pelo Jardim onde até havia um café para as crianças
lanchar ao mesmo tempo que os adultos se podiam extasiar a ver o encontro do
Rio Douro com o mar.
Por tudo isso compreende-se
o meu contentamento quando soube que o Jardim cujo inicio remonta aos finais do
século XIX, foi considerado Imóvel de Interesse Público.
É que o Passeio dos Tristes
nunca passa de moda… vá se lá saber porquê.
Sugestão de um passeio muito agradável
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