Da janela da cozinha não se vê o mar, meu
eterno aliado mas, lá ao longe, vê-se um mundo todo feito de alegria ou
tristeza, de memórias que no momento assolam o pensamento de tempos que já lá
vão… e as camélias quase sempre presentes nestas andanças.
Da janela da cozinha vê-se, além da cerejeira que
sofreu um incremento espectacular depois que foi submetida a uma poda drástica,
uma cameleira que provocaria a admiração e principalmente a inveja de qualquer coleccionador.
Todos os anos a cameleira enche-se de botões que mais tarde se transformam em
flores magnificas. O arbusto, agora mais árvore, não fica na rota das camélias, penso
eu, mas é digna dessa classificação.
Seja pela qualidade do solo, da água, ou por qualquer
outro factor improvável, as cameleiras, tenho reparado, desenvolvem-se bem nesta
região. Pelo que sei, o clima muito húmido
e o solo ácido da Galiza são o ideal para o cultivo desta planta originária da Ásia (mais concretamente a China e do Japão) mas aqui é possível encontrar essas
características do solo.
Hoje são conhecidos um sem número de camélias adoptada pela cidade do Porto onde
prolifera em jardins e varandas.
Cada um tem a sua mas a minha janela da cozinha é
especial. Ela consegue, na sua magia, transportar com toda a facilidade
qualquer um até tempos idos.
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