Com tanta greve
corre-se o risco de banalizar esta forma de luta, provocando o descrédito dos
respectivos movimentos sindicais que estão na base destes movimentos. Aliás a
Lei vigente diz isso mesmo, o recurso
à greve é uma prerrogativa quase exclusiva das associações sindicais.
Confesso-me
completamente dividido nesta como em outras questões que não vêm a propósito
neste momento. Não discuto o direito nem a necessidade do recurso à greve mas
pensando no transtorno que acarreta às populações, hesito que se recorra frequentemente
a este direito.
Por definição e de acordo
com a Wikipédia, greve é a cessação colectiva e voluntária do trabalho realizado por trabalhadores com o propósito
de obter direitos ou benefícios. Neste ponto bacilo entre aceitar este
direito inalienável dos trabalhadores e o interesse do público em geral… Eu
próprio fui vítima de não sei quantas greves enquanto estive internado, desde os
médicos, enfermeiros, auxiliares e não sei quem mais e a quem devo (penso) a
situação em que me encontro… Talvez por isso fico indeciso quando vejo as
longas filas de espera por transportes alternativos muitas vezes inexistentes,
as cirurgias adiadas, o inglório e longo percurso de casa ao hospital mais
próximo,…
O transtorno que causam
na vida do cidadão normal que apenas pretende ir trabalhar não me deixa
indiferente. Há profissões em que este tipo de greve não é admissível mas
também não me perguntem qual é a alternativa porque também não sei qual é. Reconheço
e por isso respeito quem recorre à greve como um direito consagrado na
Constituição contudo não concordo com o prejuízo que causa às populações menos
favorecidas.
Saímos há pouco de uma
greve dos médicos, enfermeiros e auxiliares,… vivemos outra greve que se
propaga como uma bola de neve a outras áreas porque (quase) todas estão mal
pagas não perdendo de vista que o dinheirinho necessário à melhoria das
condições de trabalho vem dos bolsos de todos nós.
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