É a frase mais ouvida
em todas as redes sociais e outros médias em geral, onde todos os convidados a
repetem insistentemente mas nem todo o público que a escuta (?) a pratica. São
precisamente os mais idosos, que pertencem ao maior grupo de risco, que infringem esta medida de
contenção… Dou por mim a pensar, pois que contraiam o coronavírus, pois que
morram. O mais grave desta situação é que isso iria traduzir-se por uma despesa
suplementar ao SNS, mais uma cama que fica ocupada além do perigo de transmitir
o tal vírus a indivíduos que permaneciam saudáveis graças ao cumprimento de
todas as medidas recomendadas, ou seja, ficar em casa, saindo apenas para
trabalhar ou outro motivo de força maior.
Dizer que é fácil ficar
em casa é pura utopia. Se é fácil na primeira semana, mais tarde revela-se
extremamente difícil qualquer que seja a casa. De uma maneira geral, ela acaba
por reflectir a personalidade de quem a habita. Conhecer a casa de alguém é ficar
a conhecer intimamente o seu habitante e decorador. Nem todas as casas são
iguais, existem casas escuras e soturnas como os pensamentos de quem lá mora ou
então claras e luminosas como a alma de quem a habita. É com ela que temos de (com)viver
nos dias que correm, é ela quem nos obriga a percorrer um percurso mais ou
menos tortuoso ou deslocar em linha recta onde se quer chegar o que não a invalida
que se considere triste ou alegre aos olhos de quem lá mora… Tudo depende da forma
como foi mobilada. Tal como nós, também a casa envelhece deteriorando-se não só
estruturalmente como a própria decoração. À medida que vai envelhecendo é forçoso
substituir um ou outro móvel, um ou outro objecto e até repintar as paredes… mas
a casa é sempre a mesma.
E não é isso o que acontece
connosco?
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