Aquilo que pensava nunca
acontecer comigo, tocou-me de perto um certo dia através da morte do meu cão.
Passaram-se meses, anos em que pronunciar o nome ou lembrar-me dele era o
bastante para me desmanchar num pranto que parecia não ter fim.
Só quem gosta realmente
de animais pode compreender a profundidade da dor que se sente quando um animal
de estimação morre e que vai para além das horas do passeio e se prolonga no
tempo.
A morte do Farrusco,
era assim que se chamava, deixou-nos um sentimento de vazio só comparável à
perda de qualquer familiar muito próximo… É uma dor tão intensa que ninguém pode
compreender a não ser que tenha um por companhia.
É espectável que a vida
de um animal seja mais curta do que a vida dos seus “donos” é normal portanto,
que sejamos nós a sofrer com a sua perda mas nunca estamos preparados para esta
realidade.
O Farrusco passou
muitos anos, onze, ao nosso lado para que a dor causada por esta ausência não se
tornasse presente durante muito tempo. Havia uma tal cumplicidade entre nós que
foi difícil retomar a vida no mesmo momento desta partida brusca. Dedicou-nos incondicionalmente
tanto amor e lealdade que a vida depois dele a vida nunca poderia ser a mesma.
A dor imensa da perda
de qualquer animal, dizem os psicólogos, gera um impacto emocional semelhante à
perda de um membro da família já que esse animal faz parte desse núcleo
restrito que é a família…
Do que ficou dito, compreende-se
que me recuse adoptar outro animal de companhia. Pensar que um dia seria fatal a
sua morte é o suficiente para me evitar reviver a mesma dor. Com este
pensamento, embora a tentação seja grande, tenho mantido esta convicção.
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