Vezes sem conta atravessei
de um para outro passeio a Avenida dos Aliados e quase esbarrei com essa figura
incontornável que é a menina nua… penso que olhei senão não retinha aquela imagem
que para mim, não passava de uma estátua implantada ali no meio de uma das mais
concorridas avenidas da cidade.
Há gente assim que o
tempo transformou em estátua à frente das quais se passa indiferente sem ver e
muito menos contemplar essas obras de arte.
É ali, nessa avenida
que tudo acontece e onde acorre quase toda a gente acorre quando se pretende festejar
seja o que for desde manifestações, eventos políticos, passando pelo futebol e sem
esquecer o S. João.
Como dizia, quantas
vezes atravessei essa avenida, olhei com olhos apressados e fugidios aquela
estátua sem contudo a ver. A estátua, qualquer estátua, está sempre ali, imóvel,
à espera de quem passa apressado, quase sem reparar.
Mas as estátuas já
foram gente, gente como nós, com as mesmas necessidades, os mesmos anseios, os
mesmo defeitos e as mesmas qualidades. E esta não é exceção. Ela representa
alguém que já viveu no meio de nós, que teve um nome e faleceu, neste caso, com
cerca de 82 anos. Não vou relatar uma vida que está devidamente explicitada na
Internet apenas lamento ter passado por qualquer estátua sem saber a sua
história e ao menos a contemplar como merecia.
Não há quem, pelo menos
sendo do Porto, não se tenha já deparado com esta estátua a que todos chamam “a
menina nua” a quem foi dado um nome e continua fielmente a convidar quem por
ela passa a refrescar-se um pouco ou deter-se uns momentos, o necessário para
contemplar esta verdadeira obra de arte.
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