Da varanda da sala vejo os ramos das árvores que se cobrem de
folhas que refletem os raios solares… e pouco mais. A grande maioria das
árvores de pequeno porte foram oferecidas por mim depois de um longo e penoso
período de crescimento em vaso nessa varanda… Quanto aos choupos que não param
de crescer, a estória é outra.
Ainda me lembro do tempo em que por esta altura quase todas as
varandas se engalanavam das mais variadas e vistosas flores. Com o passar dos
anos as plantas foram envelhecendo acompanhando o envelhecimento dos próprios
donos... Já são raras as flores que enfeitam as varandas.
Na minha varanda, há vários anos, existe uma laranjeira anã que persiste
teimosamente em sobreviver num pequeno vaso até ao dia em que, esgotados os
nutrientes e o espaço, venha por fim a morrer… Como todos os seres vivos têm um
prazo de validade mas a morte da laranjeira vai ser uma morte gloriosa, apesar
do abandono a que por vezes tem sido votada, conseguiu sobreviver e até dar
frutos...
Tomara que a exemplo da laranjeira e com a mesma dignidade, um dia
venha a morrer. Como tão bem interpretou e disse a frase no final da peça a fabulosa atriz Palmira
Bastos, "Morto por dentro, mas de pé, de pé como as árvores".
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