Nada de alho-porro, martelinhos de plástico, nada
de rusgas pelas ruas dos bairros populares… Apenas havia um manjerico à janela de
onde em onde e também houve largadas de balões a assinalar a data segundo a
tradição familiar. E foram assim os festejos de São João em tempos de covid.
Ainda me lembro do tempo em que saía com um
grupo de amigos munidos de alho porro e ramos de cidreira pelas ruas da baixa. Hoje,
mais velho e mais calmo, prefiro ficar em casa. Só se compreende festejar em
plena rua o São João com um grupo de amigos e familiares, de outra forma os
festejos perdem a graça.
Em homenagem ao santo jantar fez-se em família
com a imprescindível sardinha assada com pimentos, fêveras e broa, tudo regado
com uma boa sangria.
Em tempo de pandemia, ao ver os balões que
povoam os céus, atrevo-me a repetir o que disse o poeta Manuel Alegre acerca do
rio que corre lá em baixo na minha rua: “Pergunto
aos rios que levam tanto sonho à flor das águas E
os rios não me sossegam levam sonhos deixam mágoas…”
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