Efetivamente
nada nos pertence desde que nascemos, somente nos foi entregue para gerir. Tudo
o que pensámos possuir é apenas um empréstimo a médio ou a longo prazo. Em
troca fica-se obrigado a viver a presente vida. Por isso, o apego seja ao que
for, coisas, pessoas ou ao passado, só adiam o inexorável percurso da vida que segue
em frente mas nunca se detém.
Embora
se compreenda a normal dificuldade dos que inventam mil desculpas para
justificar os seus comportamentos, nenhuma dessas desculpas anula o que está
decidido.
Desapegando
de muita coisa inútil que nos rodeia, fica-se mais leve e por consequência alivia-se
o peso do fardo que se carrega.
Por
muito que custe admitir nada nos pertence, nem mesmo o próprio corpo, até ele é
um empréstimo que um dia teremos de deixar.
Contudo,
não quer dizer que praticar o desapego implica largar tudo que se tem e assim
ficar mais pobre… praticar o desapego é não ter demasiada “compaixão” por aquilo
que se vai perdendo ao longo da vida. As coisas quebram-se, as roupas passam de
moda, as pessoas vão e outras veem, o passado ficou lá atrás impossível de se
recuperar… É assim a vida quer se queira quer não e inconscientemente todos os
dias se pratica um pouco o desapego.
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