É costume dizer-se que esta cidade é uma grande
aldeia, um conjunto de bairros, largos e “ilhas” cada qual com sua história.
Os dias no Largo onde nasci eram sempre uma
pequena aventura mas, quando chegava o grande dia, os miúdos decidiam armar a
sua “cascata” na beira do passeio (nesse tempo havia menos carros). Não sei a
quem se deve a ideia nem quem ficava com a receita do dia. Penso que geralmente
era usada para adquirir novos elementos para a cascata.
Ao certo desconheço a data mais adequada para começar
a armar as cascatas, sabe-se apenas que elas surgiam por todo o lado algumas
semanas antes dos festejos joaninos. Os garotos lá do Largo montavam
cuidadosamente a sua cascata com as parcas figuras de barro sobreviventes do
ano anterior. Para melhorar o efeito visual, recolhia-se musgo que se dispunha
artisticamente em homenagem a São João que, soube mais tarde, era o padroeiro
emprestado da Cidade Invicta.
Com um pouco de areia que ajudava a fixar as
figuras de barro, pedia-se aos transeuntes um tostãozinho para o Santo António…
Nunca percebi completamente o que aquele santo estava a fazer ali que afinal
não precisava daquele tostãozinho…
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