De repente, fez-se
silêncio e, nesse instante apercebi-me que havia qualquer coisa que faltava ali
na paisagem. De súbito a música tocou mais baixo e os ruídos da casa fizeram-se
ouvir com mais intensidade. Todas as coisas à minha volta ficaram imóveis na
expectativa de recomeçar mal o vento voltasse. Embora pense mas não diga detesto
o vento.
Fico a olhar através
da vidraça as folhas dos ulmeiros agitadas pelo vento, mandados plantar na
melhor das intenções. Diria Jesus se ainda por cá andasse Perdoai-lhe Senhor, que não sabem o que fazem. Detesto estas
árvores com as suas folhas barulhentas que me encobrem o sol na medida em que
detesto o vento.
Mas hoje ali parado
observo através da vidraça as folhas dos ulmeiros paradas sem produzir aquele
estranho som que o vento faz ao esgueirar-se por entre a folhagem. A ausência
de vento alem daquele som caraterístico é para mim uma vantagem. Detesto o
vento ao qual atribuo todos os males que me acontecem. Detesto que me impeça de
prosseguir o meu caminho mantendo a imagem de uma pessoa normal, detesto que me
arranque o chapéu e me atrase a marcha….
Por tudo isso,
detesto o vento… e ele sabe-o.
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