Em dia de promessas saí cedo com destino a Fátima. Como não
gosto de perder tempo, costumo estacionar num daqueles parques existentes atrás
do Santuário. Sempre que estaciono, vem-me à memória aquela estranha sensação de
não encontrar o carro no local onde o pensava ter estacionado. Percorri com a
mulher vezes sem conta as várias filas de carros estacionados sem conseguir
localizar o nosso. À medida que o tempo passava, ia crescendo a angústia e a
convicção de que a viatura havia sido furtada. Felizmente, depois de muito
andar encontrámos o carro estacionado precisamente onde o havíamos deixado…
Esquecer a chave de casa, não lembrar se o computador ficou
ligado, se a luz da cozinha ficou desligada ou onde estacionou é perfeitamente
normal sobretudo a partir de certa idade devido à diminuição do número de
células cerebrais. Alias, esquecer coisas banais como o nome de pessoas ou
acontecimentos do dia a dia sem importância nenhuma tem a vantagem de libertar a
memória para os acontecimentos realmente importantes.
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