Achei
graça ouvir de novo o termo “destralhar” que já não ouvia há muitos anos.
Agora, no rescaldo da época festiva do Natal e do Ano Novo que convida a uma séria
reflexão sobre todo o ano que passou. Ao longo do tempo acumularam-se montes de
tralhas, coisas que já há muito deixaram de se utilizar mas que se guardam por uma
questão sentimental. Umas, porque deixaram de se usar outras, pela impossibilidade
de enfiar o corpo atual dentro delas, os quadros porque já não existe uma parede
disponível, os móveis que ao longo do tempo se transformaram em trastes que se
foram acumulando a tal ponto que o espaço entre eles não permite que se circule
sem correr alguns riscos e por aí adiante…
O
ano que agora começa é a altura indicada para destralhar, isto é, excluir esse
amontoado de objetos, desocupar o guarda-roupa cheio de trapos que já não servem,
dos móveis que já não se usam, enfim toda a tralha acumulada, aquelas coisas
velhas sem qualquer serventia apesar do valor afetivo e pelos “trastes que são os
móveis que só servem para ocupar espaço e que não fazem falta nenhuma no dia a
dia.
A
vida não nos pertence, ninguém decide se o seu percurso vai ser longo, muito
longo ou demasiado breve. Numa fração de segundo esse percurso pode ser
interrompido e toda a tralha guardada e acumulada durante anos, apesar do seu valor
real, pouco significado tem para quem os recebe…
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