Vermo-nos
ao espelho, nos nossos dias, é algo incontornável. Eles estão por todo o lado, em
casa, no elevador, nos estabelecimentos comerciais, nos WC, … Em qualquer
parte, onde a gente se encontre, lá está um espelho onde nos podemos (ad)mirar.
Apesar
desta profusão de espelhos, pode dizer-se que a maioria das vezes não nos
olhamos ao espelho. Pelo menos de um modo geral. Olhámos apenas para partes do
nosso corpo e quase nunca o olhámos como um todo. A nossa atenção tem como objectivo verificar
se está tudo bem com o cabelo, se o batom manchou os dentes, ver se algum pelo
escapou à lâmina de barbear, se a roupa está devidamente alinhada, e a
observação da nossa imagem fica-se geralmente por aí.
Observe-se
o olhar de estranheza da bebé ao observar-se ao espelho. Poderia pensar-se que,
como na história, estaria a perguntar: espelho
meu, espelho meu, existe alguém mais
belo do que eu? O que acontece na realidade é que ela não se reconhece na
imagem reflectida no espelho. Na maioria das vezes o que vemos reflectido no
espelho não corresponde de todo à imagem mental que de nós guardámos. Pode
dizer-se que não nos reconhecemos quando olhámos sem filtros para a nossa
imagem no espelho.
Sem comentários:
Enviar um comentário