Podia considerar-se uma relação amor/ódio a
que tenho com o mar mas considero-a mais como uma relação de puro respeito.
Para lá daquele aspeto calmo de rara beleza
caraterística, o mar oferece poesia que nem todos escutam embora convide toda a
gente a uma profunda reflecção sobre os valores da vida.
Apesar de ser capaz de passar horas a
contemplar o mar embalado pelo ruído repetitivo das ondas a desfazer-se na
areia da praia não consigo afastar-me muito do mar, um só dia que passe longe
do mar é dia sem registo… Mesmo não sendo obrigado a mergulhar profundamente nas
suas águas, junto ao mar parece que a felicidade que ronda à nossa volta acaba por se fixar cá
dentro.
Gosto do mar, de ouvir e contemplar a sós num
estranho namoro que pode durar horas, tal como ele, também tenho os meus dias de a má
disposição e revolta.
Em frente ao mar, mesmo durante um curto
espaço de tempo, fica-se de costas para o mundo e os seus problemas ao som
mental daquela canção cujas palavras o poeta emprestou, “Por
teu livre pensamento/foram-te longe encerrar/tão longe que o meu lamento/não te
consegue alcançar/e apenas ouves o vento/e apenas ouves o mar…” (David Mourão Ferreira)
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