O GENTIL PARASITA
Quando se fala em melgas, vem logo ao pensamento esse insecto tão incomodativo e
só alguns se lembram do bicho homem uma vez que os vocábulos são iguais em
português corrente. Há melgas e melgas, assim como há mar e mar… que, por razões
óbvias, prefiro mesmo o mar. Quando me refiro a melga fique, bem claro que vou
abordar aqueles indivíduos que se grudam naqueles momentos menos oportunos e sem
qualquer discurso atractivo. Em sentido restrito, as melgas adoram esvoaçar pelo
quarto logo que se apaga a luz na disposição de dormir. As melgas têm a infeliz
mania de preferir a penumbra para passar ao ataque. Ainda por cima, o insecto
(chamemos-lhe assim) dispõe duma tromba adequada para sugar o sangue,
imprescindível à maturação dos respectivos ovos além de lhe servir de alimento…
Felizmente (?) são as fêmeas que picam e não os machos. Além da famigerada
tromba, elas dispõem de um par de asas que produz aquele som irritante que todos
conhecem e que se faz ouvir sempre que se desliga a luz. Mesmo às escuras elas
conseguem encontrar-nos visto que são atraídas pelo calor do corpo e pelo suor.
Começa então a caça à melga com as armas disponíveis e a perspectiva de uma noite
mal dormida.
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