Sempre me fez espécie aquele cruzeiro ali
“plantado” quase no meio de um acesso a outras regiões, nem tampouco imaginava a
proveniência do nome dado a esta região. Aquele padrão afinal acabou por
batizar toda uma zona do país com o nome de Padrão da Légua até ao dia decidi aprofundar a
razão da sua presença. A verdade é que o Padrão nem sempre esteve ali, no mesmo
lugar. Com a demolição do edifício original e com a posterior venda dos terrenos
onde estava implantado, o cruzeiro deslocou-se alguns metros do local original.
Datado do século XVII nele pode ver-se, além da
cruz, um Cristo esculpido em pedra assinalando a distância entre este e cruzeiro
anterior em cerca de uma légua (cerca de 6 quilómetros), daí chamar-se Cruzeiro
do padrão da Légua.
Além de assinalar o início do concelho, é
também uma referência para os peregrinos que pretendem percorrer o Caminho
Português de São Tiago.
Da janela do meu quarto habituei-me a ver este
cruzeiro com o tal Cristo voltado para mim. Depois das obras de remodelação a
que o espaço foi sujeito, o cruzeiro acabou mais desafogado livre daquela casa
que o ensombrava e quase o engolia.
Cada
cruzeiro tem a sua história, uns são marcos de um passado recente outros ficaram
a testemunhar a barbárie que habita no ser humano. Este cruzeiro é apenas um
padrão que assinala a distância entre cruzeiros e serve para indicar aos
peregrinos o caminho da Costa para São Tiago…
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