Não se escolhe o local, nem o dia nem a hora e
muito menos o futuro,… Não se escolhe nada. Como lê na letra de um fado muito divulgado,
ninguém sabe quando nasce, para o que
nasce uma pessoa. Quando chega a hora, penso eu, o que interessa é nascer.
À cidade escolhida (?) para nascer, o tempo vai
buscar memórias longínquas ou mais recentes cada vez mais frequência.
Foi lá, nesse lugar, onde aprendi a dar os
primeiros passos, frequentei a escola primária e morei durante alguns anos.
Olho com tristeza a decadência dos edifícios
que ainda se mantêm de pé, a destruição das ruas que calcorreei, a casa em que
literalmente nasci…
O tempo e as necessidades urbanísticas alteram
tudo. O Largo ainda lá está mas, como tudo, parece mais pequeno de acordo com o
meu pequeno mundo. Nesse tempo não imaginava que a minha pequenez se devia ao
facto da diminuta dimensão pelo que é natural que o Largo, que parecia uma
autêntica floresta, não era afinal um mero canteiro da grande cidade.
Recordo ainda as escadas onde, em loucas
correrias, chegava à Ribeira, a ponte, o Rio, a Foz lá muito ao longe, o mar…
Enfim, algumas coisas deixaram saudade enquanto
outras, nem por isso.
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