Há conversas que se escutam involuntariamente,
principalmente quando o silêncio se instala no café à nossa mesa. Numa outra mesa, alguém
comentava acerca do actual PM: “Ele promete que vai repor as reformas, promete
baixar o IRS, promete baixar o recibo da luz, promete… promete... A mim nunca
me enganou, ele não é flor que se cheire”. Sorri em jeito de concordância e não
para lhe imitar o sorriso.
Efectivamente não sei onde vai desencantar o
dinheiro necessário para cumprir tantas promessas. Lá se é ou não flor que se
cheire, também não sei. Nunca estive tão perto para me aperceber do odor que ele
exala. Quanto a ser uma flor, também não me parece uma comparação muito
adequada…
Estou convencido que quem falou assim desconhecia
por completo a origem desta expressão. Penso que teve origem numa flor
originária da Somália que tem tanto de bela como de mal cheirosa. Quando
floresce, exala um cheiro pestilento a putrefacção daí ser designada também de
“flor cadáver”.
A expressão “não é flor que se cheire” devia ser usada apenas para
designar uma pessoa pouco recomendável, que não merece a nossa confiança.
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