Quem viaja de avião assiduamente
é normal ouvir uma simpática hospedeira dizer o que poucos passageiros escutam:
Senhores passageiros, por favor recolham
o tabuleiro, baixem os apoios dos braços e apertem o respectivo cinto de
segurança. Geralmente termina com o desejo de um voo agradável. Impensado
ou não, o desejo depende do número de voos que figuram no seu currículo mas não
conseguem esconder o receio de que o voo não seja assim tão agradável como o
desejado.
Não tenho medo de voar…
excepto quando o avião levanta,… também quando aterra,… durante o voo, se não
houver poços de ar,… fora isso, não tenho medo de voar. Aliás, o meu sonho era voar.
Creio que já voei algures mas de pouco me recordo. A partir desse momento creio
que me tornei mais humano, mais humilde e ainda mais sincero. Dei-me conta que fiquei
a ganhar em humanidade, em ser diferente do que já era embora ainda longe
daquele que aspiro ser. É necessário passar por diversas situações de
sofrimento para se alcançar este estádio que nos permite voar mais alto.
Voar mais alto é o
sonho de muita gente e também o meu. Não me refiro apenas aquelas viagens
organizadas, acompanhadas pelo indispensável guia mas alcançar o segredo daqueles
que voam mesmo sem asas. Creio que o segredo está em soltar as amarras que nos
prendem rente ao chão… Amaras que se encontram nas ilusões, desilusões,
pensamentos e emoções… São essas amarras que nos impedem de voar mais alto, mesmo
sem asas…
Uma coisa é certa, voar
não é só para quem tem asas, basta ter sonhos ainda por realizar.
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