Há sempre uma primeira
vez seja para o que for. Não me refiro apenas ao livro convertido em filme mas da
“primeira vez” de uma maneira geral. Gratificante ou não, assim ela ficará mais
ou menos gravada na memória embora nem sempre seja assumida ao ponto de falar
dela com à vontade.
Do meu primeiro dia de
aulas recordo apenas o professor e os desenhos que sugeriu. É claro
que para nós, alunos, não eram mais do que desenhos mas para ele tinham outro
significado. Hoje sei, porque escolhi a mesma profissão, que esses desenhos tinham
algum objectivo que nos passava ao lado. Para nós, crianças desenraizadas do
seio familiar eram apenas desenhos que retratavam essa mesma vida. Ao olhar
essa velha fotografia, assaltam-me memórias antigas, lembro-me de “tirar” essa
foto comemorativa do meu primeiro dia de aulas em frente à casa que ainda hoje recordo.
Dos colegas mal recordo as faces e nem me lembro mais dos nomes. Lamento essa
amnésia aparente fruto da falta de parança num único lugar.
Recentemente foi o
primeiro dia de escolinha a sério da neta mais nova e o regresso às aulas do
neto mais velho mas, o que mereceu mais atenção (leia-se preocupação), foi a
primeira vez da pequenita na “escola dos grandes”.
Tradicionalmente a
primeira vez costuma ser a mais dolorosa se bem que nem sempre seja assim. A
dor, se é que existiu, ficará aprisionada num recanto qualquer da memória donde
só sairá quando permitida e em determinados momentos relacionados com o dia.
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